Teresa Ramos Correia vai agora estudar o impacto que os meios de comunicação têm na sociedade cabo-verdiana e encontrar caminhos para uma relação mais consciente dos cidadãos com os media.
"Os medias, por si só, não constituem uma influência negativa, mas a forma como são usados é que os tornam uma ferramenta perigosa para o desenvolvimento de uma sociedade e das pessoas", diz a investigadora.
A professora da universidade pública quer possibilitar um melhor conhecimento do alcance do espaço mediático nacional e contribuir para um reconhecimento do real impacto dos media.
"A partir do momento em que começarmos a reconhecer o poder que os medias têm para o desenvolvimento da sociedade, vamos começar a encara-lo de uma outra forma, não só por parte dos empresários e políticos, mas também por parte da sociedade", acredita.
"A sociedade ainda está numa posição muito ingénua. Tudo o que as pessoas vêem nos media é aquilo que é verdade, é aquilo que têm de seguir.
Tema actual em muitos países, a literacia mediática não tem merecido grande atenção em Cabo Verde, facto que Teresa Ramos Correia quer inverter. No final do projecto, a investigadora pretender publicar as conclusões e recomendações em livro, numa obra que, espera, possa servir de ponto de partida para a compreensão da importância da educação para os media, não só no país, mas também a nível continental.
Além de Cabo Verde, foram igualmente premiados pelo Campus África projectos da Tunísia e Senegal.
O Campus África é uma iniciativa da Universidade de La Laguna, que acontece a cada dois anos (em alternância com o Campus América). Durante duas semanas, dezenas de bolseiros, de vários países africanos, reúnem-se em Tenerife, Canárias, e cumprem um vasto programa de conferências, visitas e práticas laboratoriais, em três grandes áreas: património cultural, desenvolvimento sustentável e saúde. O campo termina esta quinta-feira, 26.