Alunas cabo-verdianas em Adis Abeba para a iniciativa Raparigas Africanas Podem Codificar

PorChissana Magalhães,23 ago 2018 15:04

African Girls Can Code
African Girls Can Code

Duas estudantes do ensino secundário representam Cabo Verde na primeira edição do programa African Girls Can Code- AGCCI, que decorre na capital da Etiópia, Addis Ababa, de 20 a 31 de Agosto.

Darlene Horta, da escola Técnica Grão-Duque Henri de Assomada, e Márcia Varela, da escola secundária de Salineiro-Porto Mosquito, estarão durante dez dias em Adis Abeba, juntamente com outras 118 meninas, entre os 17 aos 20 anos, oriundas de todos os países africanos, para um programa de treino intensivo de codificação.

Durante os dez dias do programa, as duas estudantes cabo-verdianas irão, juntamente com as restantes participantes, tomar parte em actividades que ajudarão a despertar o seu interesse pela codificação e estimulá-las numa fase crucial de escolha de uma carreira.

Márcia Varela
Márcia Varela
  
Darlene Horta
Darlene Horta

A iniciativa African Girls Can Code (AGCCI) tem o propósito de dotar as raparigas africanas de competências de cultura digital e promover e apoiar a entrada de raparigas no sector das TIC e da codificação. Assim, outros objectivos são os de expô-las à codificação e à programação, encorajar nelas a liderança e a confiança, e apresentar ideias inovadoras e projectos que estas realizem, para além de inspirar e ajudar os decisores políticos e legisladores a integrar as TIC, as questões de género e a codificação nos programas escolares nacionais.

A embaixada dos Estados Unidos em Adis Abeba vem promovendo desde 2015 diversas iniciativas na área das TIC voltadas para jovens mulheres, inclusive uma formação Girls Can Code, com 9 meses de duração, que já contemplou cerca de 40 raparigas.

O programa AGCCI enquadra-se numa estratégia que busca estimular à criação de cursos de codificação em toda a África, dirigidos a raparigas entre os 17 e os 20 anos, incentivar a criação de campanhas nos meios de comunicação nacionais com a participação de modelos femininos de referência na área, ou ainda promover a criação de uma plataforma online para as raparigas que frequentam os Cursos de Codificação onde possam manter o contacto, debater e inspirar-se mutuamente.

“Estes conhecimentos e competências irão reforçar as suas oportunidades de carreira e inspirá-las a serem empreendedoras, criando assim empregos para si próprias e também para os outros”, diz nota da ONU Mulheres.

Isto porque, de acordo com o relatório “The Gender Gap in Science” (“As Disparidades de Género na Ciência”), a nível global, das pessoas envolvidas em carreiras na área da Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática apenas 28,4% são mulheres. Restringindo-se à África Subsariana, a média fica pelos 30% de mulheres.

A ONU Mulheres, que juntamente com a União Internacional das Telecomunicações (UIT) e em colaboração com a Comissão da União Africana está a implementar este projecto, defende a importância de se ter raparigas a aprender a codificar, apontando a necessidade de “acabar com as disparidades de género no mundo da tecnologia e com a clivagem digital global entre os géneros”.

Previsto para durar quatro anos (2018-2022), o programa irá dotar as raparigas de formação inicial e incentivá-las a seguir carreira na área das TIC e da codificação como programadoras, criadoras, designers, entre outras.

Leia a reportagem do Expresso das Ilhas sobre a parca presença de mulheres nas STEM (Sciences Tecnhologies Engeneery and Mathematic). 

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Autoria:Chissana Magalhães,23 ago 2018 15:04

Editado porNuno Andrade Ferreira  em  23 ago 2018 18:35

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