O trabalho é considerado perigoso, causando mortes e ferimentos graves a várias crianças.
O cobalto - mineral que é um componente essencial das baterias de lítio utilizadas em smartphones, tablets, computadores portáteis e veículos elétricos - , provém maioritariamente (60%) do sudeste da RD Congo e tem vindo a registar uma forte procura nos últimos anos, acompanhando o desenvolvimento da tecnologia.
Esta acusação, avançada pelo The Guardian, poderá ter implicações no sector tecnológico mundial, tendo em conta que as maiores empresas desse ramos estão identificadas como clientes de empresas que usavam crianças para trabalhar nas minas.
O processo foi apresentando em Washington DC, nos EUA, pela International Rights Advocates em representação de 14 pais e crianças congolesas. “O boom tecnológico intensificou a procura de cobalto por parte das empresas”, explicou a International Rights Advocates, representante das famílias.
As crianças estariam a trabalhar ilegalmente em minas de cobalto detidas pela britânica Glencore, que escoa parte da produção para a empresa Umicore que, por sua vez, vende este minério a empresas como as gigantes tecnológicas referidas.
As crianças são empurradas para esses trabalhos perigosos, não raras vezes letais, para fugir à pobreza extrema. O trabalho é pago a um a dois dólares por dia nas minas, escavando à procura de pedras de cobalto com ferramentas primitivas dentro de túneis subterrâneos escuros. As condições são, diz a International Rights Advocates, "extremamente perigosas”, explicou a associação, e os acidentes que levam à morte ou ferimento graves são frequentes. Algumas crianças terão ficado paralisadas na sequência de derrocadas nos túneis.