“Alguns segmentos da Rede Tecnológica Privativa do Estado (RTPE) estão a ser fortemente atacados pelo RANSOMWARE. Por razões de segurança e com vista a evitar a sua propagação em toda rede, os serviços na RTPE serão temporariamente suspensos”, explica.
Entretanto, as equipas do NOSi estão a tentar repor o normal funcionamento da RTPE, “o quanto antes”.
“Sequestro" informático
Um RANSOMWARE é um software malicioso (malware) que infecta o computador e restringe o acesso ao sistema com uma espécie de bloqueio. A particularidade é que é pedido um resgate em criptomoedas para que o acesso possa ser restabelecido.
Desde há alguns anos que os ataques pelo RANSOMWARE ocorrem um pouco por todo o mundo.
“São ataques que visam qualquer utilizador. Obviamente que se verificam ataques cada vez mais direccionados a sectores empresariais ou administração pública, governos, organismos estatais, mas é um pouco transversal”, explicava em 2017 Nuno Mendes, CEO da WhiteHat, empresa portuguesa especializada em soluções de cibersegurança, citado pelo Expresso das ilhas. Na altura, em causa, estava um ataque global, ocorrido em Julho desse ano que começou numa empresa de software de contabilidade ucraniana, denominada M.E.Doc.
A partir deste ponto inicial, vários utilizadores executaram uma actualização infectada, a qual permitiu aos atacantes lançarem o vírus que rapidamente se espalhou pela Ucrânia e que atingiu empresas e instituições de outros países, nomeadamente, Itália, Israel, Sérvia, Roménia, EUA, Lituânia e Hungria.
O software malicioso, infectou silenciosamente computadores quando utilizadores realizavam tarefas simples como fazer downloads de ficheiros através de um software de contabilidade fiscal ou até mesmo a navegar num site de notícias local, disseram ciber-especialistas internacionais à Reuters. Numa mensagem mostrada nos computadores afectados, os atacantes exigiam um pagamento de 300 dólares por computador.
Pelo menos 2000 entidades terão sido atingidas pelo ataque global de ransomware, um número no entanto substancialmente menor do que o balanço final de vítimas do ataque WannaCry, ocorrido dois meses antes, em Maio de 2017 e que é até hoje um dos maiores ataques do género a nível mundial: mais de 200.000 infecções.
Quanto ao ataque agora sofrido em Cabo Verde, ainda não há mais indicações, nomeadamente se se trata de algo individualizado ou global.