A rede social iniciou na sexta-feira uma purga de contas consideradas perigosas, com o bloqueio definitivo da conta de Trump, acusado de incitar os seus apoiantes a perturbar uma sessão conjunta do Congresso para certificar a vitória do democrata Joe Biden nas eleições presidenciais de 03 de Novembro.
Considerado de extrema-direita, o movimento ‘QAnon’ alimenta um conjunto de teorias da conspiração, incluindo a de que Trump combate secretamente uma seita mundial composta por pedófilos satânicos.
“Estas contas partilhavam conteúdos perigosos, associados [ao movimento] QAnon, em grande escala”, sendo “essencialmente consagrados à propagação de teorias da conspiração”, explicou o Twitter em comunicado.
O número de contas é elevado, já que muitos indivíduos tinham várias em seu nome.
A maioria das plataformas e redes sociais adoptaram medidas sem precedentes depois de membros de grupos radicais e de extrema-direita terem invadido o edifício do parlamento dos Estados Unidos (Capitólio), na quarta-feira, instigados por Donald Trump.
Além do Twitter, também a plataforma digital Facebook e serviços como o Snapchat ou Twitch suspenderam o perfil do chefe de Estado norte-americano por um período indeterminado, alegando risco de violência durante a cerimónia de tomada de posse de Joe Biden, em 20 de Janeiro.
A decisão foi criticada por vários dirigentes mundiais, incluindo a chanceler alemã, Ângela Merkel, que considerou “problemático” o encerramento das contas do Presidente cessante dos Estados Unidos por decisão das empresas.
“É possível interferir na liberdade de expressão, mas segundo os limites definidos pelo legislador e não através da decisão de uma empresa”, disse na segunda-feira o seu porta-voz.
O comissário europeu Thierry Breton também exprimiu “perplexidade” com a decisão “sem controlo legítimo e democrático”.