“Se você tentasse mergulhar em Júpiter, nunca pararia”, disse Benjamin Idini, estudante do Caltech, à Inverse. “Você continuaria a cair até que a pressão fosse tão grande que provavelmente iria esmagá-lo”.
As marés na Terra e em Júpiter não são de todo iguais, como explica Idini. Uma equipa de investigadores da universidade californiana analisou os efeitos que as 79 luas de Júpiter podem ter no maior planeta do nosso Sistema Solar e compararam-nos com os efeitos que vemos entre a Terra e a Lua.
O estudo usou dados recolhidos na missão Juno para desvendar os efeitos gravitacionais da Lua e descobriu que um deles teve o efeito mais profundo.
Os investigadores detectaram uma pequena perturbação gravitacional em Júpiter. Uma análise detalhada posterior revelou um tipo diferente de maré que percorre todo o planeta. Os cientistas descobriram um efeito adicional conhecido como marés dinâmicas.
A Inverse, citada pelo zap.aeiou.pt, explica que as marés dinâmicas ocorrem quando a influência gravitacional da lua provoca oscilações em todo o interior do planeta gasoso.
Io é uma das quatro grandes luas de Júpiter e é uma espécie de mundo vulcânico que vomita lava constantemente no Espaço. A sua proximidade com Júpiter acabou por torná-la a culpada por trás das marés dinâmicas. As outras luas têm uma influência bem menor.
“A principal diferença é que, na Terra, temos o movimento dos oceanos sobre a Terra sólida, ou o fundo do oceano. Em Júpiter, não temos fundo do oceano ou algo parecido porque Júpiter é quase totalmente fluido”, explicou Idini, citado pela mesma fonte.
A recente descoberta ajudará os cientistas a investigar o interior de Júpiter. Uma das possibilidades é descobrir a profundidade do interior do planeta. Os resultados do estudo foram publicados, no mês de Abril, na revista científica The Planetary Science Journal.
Texto originalmente publicado na edição impressa do Expresso das Ilhas nº 1015 de 12 de Maio de 2021.