O telescópio espacial Hubble detectou a estrela até agora mais distante, a 12,9 mil milhões de anos-luz da Terra, quando o Universo era uma “criança”, foi divulgado quarta-feira passada. Segundo o jornal Expresso, a estrela, baptizada com o nome de Earendel, que significa “estrela da manhã” em inglês antigo, terá pelo menos 50 vezes a massa do Sol e é milhões de vezes mais brilhante.
O recorde anterior pertencia a uma estrela observada quando o Universo tinha cerca de quatro mil milhões de anos (a idade estimada do Universo é 13,8 mil milhões de anos).
A detecção da Earendel foi possível porque a sua luz foi ampliada e distorcida por lentes gravitacionais, que se formaram devido a uma distorção no espaço-tempo causada pela presença de um corpo de grande massa, no caso um aglomerado de galáxias entre a estrela e o campo de observação do telescópio.
Segundo um comunicado da Agência Espacial Europeia (ESA), citado pela mesma fonte, parceira no telescópio Hubble, a composição da Earendel “será de grande interesse para os astrónomos”, uma vez que “se formou antes de o Universo ser preenchido com os elementos pesados produzidos por sucessivas gerações de estrelas maciças”.
Os astrónomos esperam obter dados mais precisos da Earendel com o novo telescópio espacial James Webb, em órbita desde Janeiro e que observará as primeiras galáxias e estrelas do Universo.
Os resultados da descoberta foram publicados na revista científica Nature.
Texto originalmente publicado na edição impressa do Expresso das Ilhas nº 1062 de 6 de Abril de 2022.