Um ano de ChatGPT: fascínio ou desilusão?

PorExpresso das Ilhas,12 dez 2023 7:50

Plataforma de inteligência artificial revolucionou a forma como podemos trabalhar e aprender. Muitos, no entanto, ainda não confiam nela.

E assim de repente, as tarefas mais complexas parecem simples: redigir textos, fazer correcções e agora até criar imagens. Em segundos, o chatbot ChatGPT fornece resultados aparentemente correctos, pelo menos à primeira vista. Trata-se de uma pequena revolução iniciada exactamente há um ano.

A 30 de Novembro de 2022, conta o site zap.aeiou.pt, a empresa americana OpenAI lançou o ChatGPT. O software por trás da plataforma baseia-se numa máquina de aprendizagem treinada com milhões de textos e não pára de aprender: é capaz de vasculhar a Internet para encontrar respostas ou usar imagens e documentos nas suas pesquisas.

Poucos dias após o lançamento, a empresa acumulava milhões de utilizadores. Um ano mais tarde, mais e mais pessoas vêm a experimentar o ChatGPT.

Segundo uma análise da empresa Similarweb, só em Agosto, a plataforma teve cerca de 1,43 mil milhões de acessos no mundo inteiro. Contudo, muitos utilizadores não usam directamente a plataforma, mas sim através de outras aplicações.

Exterminador de empregos?

Um dos impactos imediatos provocados pelo chatbot refletiu-se no mundo profissional. O banco de investimentos Goldman Sachs calculou que até 300 milhões de empregos em todo o mundo poderão ser automatizados com inteligência artificial (IA), ao utilizar ferramentas como o ChatGPT.

O avanço tecnológico não ameaçaria as profissões mais simples, mas sim, principalmente, as académicas e as criativas. Mas o que parece de repente ser uma má notícia pode não ser tão dramático após uma análise mais aprofundada.

“Apesar de o impacto da IA no mercado de trabalho ser provavelmente significativo, a maiorias das profissões e setores são apenas parcialmente afetados pela automação e estão mais propensos a serem complementados em vez de substituídos pela IA”, afirmam os autores do estudo, citados pelo zap.aeiou.pt.

“Não se deve esperar resultados perfeitos depois de se pedir uma tarefa de programação abrangente. Para mim, funciona melhor se eu usar as respostas do ChatGPT como sugestões iniciais e depois construir algo sensível a partir delas, em debate com a IA”, afirmou à DW o criador de softwares Daniel, que trabalha para uma grande empresa e prefere manter-se anónimo por motivos relacionados à concorrência.

Outro problema é o facto de o ChatGPT não ser ainda confiável. Mesmo que as respostas pareçam lógicas à primeira a vista, às vezes podem ser simplesmente absurdas. A OpenAI disse que essas respostas — ou alucinações — deverão ser resolvidas dentro de um ou dois anos.

Outros especialistas acreditam que as alucinações não serão completamente evitadas, dependendo do caso. Isso sugere que, caso se trate de algo realmente importante, os utilizadores devem sempre verificar o conteúdo.

É difícil dizer se este ceticismo se manterá no futuro. Rumores sobre mudanças recentes na liderança da OpenAI, incluindo a demissão e a subsequente recontratação do CEO Sam Altman, sugerem que a empresa esteja a desenvolver uma nova inteligência artificial que supere o ChatGPT.

Texto originalmente publicado na edição impressa do Expresso das Ilhas nº 1149 de 6 de Dezembro de 2023.

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Autoria:Expresso das Ilhas,12 dez 2023 7:50

Editado porAndre Amaral  em  28 abr 2024 23:28

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