O hábito foi associado pelos cientistas à desaceleração do metabolismo nas horas seguintes à refeição e aumento da fome na manhã seguinte.
O estudo contou com a participação de 16 voluntários, entre os 20 e os 60 anos, com excesso de peso ou obesidade. Os participantes foram divididos em dois grupos: o primeiro fez a última refeição do dia às 18 horas e os restantes às 22 horas. Ambos jantaram exactamente o mesmo.
Ao longo do dia, os indivíduos registaram o nível de apetite que sentiram. Depois, os cientistas recolheram dados sobre a temperatura corporal e gasto energético, além de amostras de sangue. Também controlaram rigorosamente os fatores ambientais que pudessem interferir nos resultados do estudo, como a prática de exercício físico, sono e exposição à luz. Além disso, todos os voluntários foram instruídos a deitar-se e a acordar no mesmo horário nas três semanas anteriores ao início do estudo.
Segundo os investigadores, os resultados mostram que as pessoas que fizeram a última refeição às 22 horas queimaram menos calorias no dia seguinte e tiveram uma produção maior de grelina, a hormona que provoca a sensação de saciedade, face aos indivíduos que jantaram até às 18 horas.
"Descobrimos que comer quatro horas depois tem uma diferença significativa nos nossos níveis de fome, na forma como queimamos calorias depois de comer e no modo como armazenamos gordura", escreveu a principal autora do estudo, Nina Vujović.
As pessoas que comeram mais tarde também apresentaram inferiores de compostos químicos que regulam a saciedade após as refeições, como a leptina, uma hormona que entre outras coisas controla o apetite.