“Desde criança sempre tive essa mania de transformar tudo. Se estava esquecido, eu dava-lhe uma nova cara”, conta ao Expresso das Ilhas, Romina Monteiro.
Esse “bichinho” nunca a largou e, anos depois, foi no meio de pedidos de clientes do turismo local, na Ilha do Sal, que o talento se tornou negócio.
Assim, em Janeiro, Romina recebeu o convite para participar da Feira do Empreendedorismo.
“Pensei, como vou organizar tudo em três semanas?”, narra. Mas, em tempo recorde nasceu a marca Ecolustre, com redes sociais, panfletos e até cartões de visita prontos para brilhar em Santiago.
Hoje, gesso, juta e vidro são os protagonistas da sua arte sustentável. O gesso, pela versatilidade; a juta, por ser reciclável e cheia de textura; e o vidro, que Romina chama de “maior tesouro”.
E não é só em peças soltas: casamentos, festas de formatura e até apartamentos inteiros já ganharam charme sustentável com criações da Ecolustre.
“O maior desafio não é a matéria-prima, é dar-lhe um acabamento refinado, com cara de produto de luxo, mas sem perder a alma artesanal”, explica.
Para Romina, cada peça reciclada é mais do que decoração, é um convite à reflexão.
“Mais do que um vaso bonito, é uma lembrança de que podemos reduzir, reutilizar e repensar os nossos hábitos”, diz.
E os planos não param. Além de sonhar com exposições em galerias, Romina quer criar oficinas para jovens aprenderem a transformar descartes em fonte de rendimento.
Porque, no fundo, como a própria diz, “cada objecto rejeitado é um tesouro à espera de brilhar outra vez”.