A declaração foi feita pelo director-geral da FAO, José Graziano da Silva, durante uma visita ao México, encerrada na semana passada. Segundo ele, há discriminação de pobreza, de género e de etnia.
O responsável lembrou que as indígenas enfrentam taxas altas de pobreza, desnutrição crónica e analfabetismo. Essas mulheres também têm menos acesso a cuidados médicos e à participação na política.
Graziano da Silva discursou no evento Fórum sobre Mulheres Indígenas, realizado na Cidade do México, capital do país.
Segundo a ONU, o mundo tem 370 milhões de indígenas espalhados por mais de 5 mil grupos diferentes. O número equivale a 5% da população mundial. Mas eles representam 15% dos mais pobres do planeta.
Na América Latina e no Caribe, por exemplo, existem 45 milhões de indígenas ou 8,3% da população do subcontinente.
De acordo com a FAO, as desigualdades também passam pelo mercado trabalhista. As mulheres indígenas tendem a ganhar quatro vezes menos que os homens, de acordo com o Atlas Regional da agência.
Os indígenas também falam metade das 7 mil línguas do globo. Para Graziano da Silva, a discriminação a mulheres é vivenciada dentro e fora das aldeias indígenas.
A receita da FAO é promover a autonomia socioeconómica delas apoiando-as na meta de erradicar a fome e a má nutrição de suas comunidades.
Uma das iniciativas da agência foi criar escolar de liderança para mulheres indígenas em vários países incluindo Bolívia, Índia, Panamá, Filipinas e El Salvador.
Os territórios indígenas concentram 22% da superfície da Terra com 80% da biodiversidade do planeta.
A ONU decidiu lançar, a partir de 2019, a Década da Agricultura Familiar, que deve se focar em recursos nos meios rurais.