A agência da ONU receia que a praga prejudique a época de cultivo do milho, provocando um aumento da fome no continente.
A lagarta do cartucho chegou a África nos últimos anos e já infestou milhões de hectares de campos de milho, na sua maioria propriedade de pequenos produtores. Nesta época de cultivo, as regiões da África Central e do Sul estão no nível mais alto de alerta.
No início de 2018, apenas 10 dos 54 países africanos ainda não tinham registo desta lagarta. Dentre os lusófonos, Cabo Verde, Angola e Moçambique já tinham sinais da chegada da praga.
Em Cabo Verde, a lagarta-de-cartucho-de-milho foi avistada pela primeira vez, este ano, na ilha de Santo Antão, tendo já atingido a ilha do Fogo, Maio, Boa Vista e Santiago.
A praga ataca a cultura do milho ao longo de todo o processo de crescimento, florescimento e fortificação.
A vice-directora-geral da FAO, Maria Helena Semedo, disse que “a educação dos agricultores e acções comunitárias são cruciais para gerir esta praga e evitar a sua propagação o mais possível.”
O novo guia tem como base várias práticas que foram desenvolvidas nas Farmers Field Schools, escolas comunitárias de agricultura organizadas pela FAO.
Semedo explica que o documento “conta com as experiências de agricultores e investigadores das Américas, que lidam com esta praga há séculos.”
A vice-directora-geral acredita que o guia “oferece aos agricultores africanos as melhores práticas e conselhos para combater esta praga de frente.”
O guia foi desenvolvido com vários parceiros internacionais, incluindo a Empresa Brasileira de Pesquisa Agro-pecuária, Embrapa.