“A população civil na Síria e em particular na Ghouta oriental já sofreu muito. Precisa que os combates parem", insistiu a representante da diplomacia europeia, Federica Mogherini, numa carta dirigida aos ministros dos Negócios Estrangeiros dos três países e citada por agências noticiosas internacionais.
A Rússia e o Irão são aliados do regime de Bashar al-Assad e a Turquia apoia alguns rebeldes.
Mogherini recordou a resolução do Conselho de Segurança da ONU que prevê um cessar-fogo de 30 dias, aprovada há dias, e a continuação dos combates.
"Pedimos-vos, enquanto garantes do processo de Astana, que tomem todas as medidas necessárias para que os combates cessem, que o povo sírio seja protegido e que o acesso humanitário de urgência e a retirada de doentes ocorra", escreveu.
O acordo de Astana, assinado a 4 de maio de 2017 pela Rússia, o Irão e a Turquia, prevê a criação de quatro zonas de cessar-fogo na Síria, entre as quais está a da região da Ghouta oriental, enclave rebelde sitiado desde 2013.
"A UE continuará a desempenhar o seu papel e a mobilizar todos os instrumentos políticos e humanitários à sua disposição", assegura Mogherini.
Adianta que o bloco europeu se compromete no sentido de que a segunda conferência de Bruxelas sobre a Síria, prevista para 24 e 25 de Abril, "seja utilizada para atingir este objectivo".
A Rússia pediu na segunda-feira uma trégua humanitária diária de cinco horas para permitir a entrada de ajuda ou a saída de civis, mas as partes acusaram-se mutuamente de a ter violado. Até agora ninguém utilizou os 'corredores' para deixar o enclave e também não entrou ajuda humanitária.