Revolução bolivariana, cinco anos depois de Chávez

PorExpresso das Ilhas, Lusa,3 mar 2018 11:57

​Cinco anos após a morte do líder venezuelano Hugo Chávez, a revolução bolivariana sobreviveu, mas num país marcado pelas constantes convulsões sociais e económicas que o actual Presidente, Nicolás Maduro, não consegue estancar.

A poucos meses das eleições presidenciais adiadas para a segunda quinzena de maio - anteriormente previstas para 22 de Abril -- o Presidente Maduro apresenta-se a um segundo mandato para permanecer no poder até 2025 e tem como opositores Henri Falcón, um dissidente do 'chavismo', e quatro outros candidatos. 

O principal partido de oposição Unidade Democrática (UD, antiga Mesa de Unidade Democrática) já anunciou que não apresentará candidatos às eleições presidenciais antecipadas, para não legitimar o que considera ser um processo ilegítimo.  

"Não contem com a UD, nem com o povo para dar o aval ao que até agora é apenas um simulacro fraudulento e ilegítimo de eleições presidenciais", explicou a oposição em comunicado. 

Maduro, que era vice-presidente de Chavez, falecido a 05 de Março de 2013, não teve um primeiro mandato nada tranquilo, depois de ter vencido as eleições com 50,66 % dos votos. 

Apesar de a Venezuela ter uma das maiores reservas de petróleo do mundo, a crise económica interna agudizou-se, especialmente nos últimos três anos. 

Segundo um estudo divulgado pela Hercon Consultores, em fevereiro, a situação da economia venezuelana agravou-se "gravemente" desde 2014 com 89,5% dos venezuelanos a obterem rendimentos insuficientes para satisfazer as necessidades básicas. 

"Já não são tempos do 'boom' petrolífero, o país vive uma espécie de desmoronamento social, hiperinflação, que afecta com maior intensidade os mais vulneráreis, faz com que aumentem os lares em condição de pobreza e altos níveis de pobreza, que afectam mais de 70% das famílias", refere o mesmo estudo intitulado de "Contexto Venezuela, Expectativa e Situação Económica". 

Os apagões energéticos são cada vez mais frequentes. Apesar de se registarem principalmente no interior do país têm-se sentido também na cidade Caracas. Só em Fevereiro verificaram-se quatro grandes apagões que afectaram o distrito capital. 

As manifestações anti-governamentais são constantes, em especial às que ocorreram entre Abril e Julho do ano passa do e que segundo a Amnistia Internacional resultaram em "pelo menos 120 mortos e mais de 1.000 feridos". 

Maduro sempre assumiu a sua lealdade incondicional aos ideais "chavistas", regime que se inspira no movimento nacionalista iniciado por Simón Bolívar, general venezuelano do século XIX que liderou a luta pela independência de vários países sul-americanos. 

O ideário anti-americano e a revolução permanente da esquerda da América Latina são duas das marcas do 'chavismo', inspirado pela Revolução Cubana, e que influenciou vários governos de esquerda na região. 

Depois da subida ao poder de vários apoiantes, mais ou menos próximos, de Hugo Chávez, a tendência tem sido a reconquista do poder por parte das organizações de centro-direita, mais próximas de Washington.

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Autoria:Expresso das Ilhas, Lusa,3 mar 2018 11:57

Editado porNuno Andrade Ferreira  em  23 jan 2019 3:22

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