"O acordo vai permitir a saída de Israel de 16.250 migrantes para países desenvolvidos como o Canadá, a Alemanha e a Itália", declarou Netanyahu numa conferência de imprensa em Jerusalém.
O gabinete de Netanyahu anunciou hoje em comunicado o "entendimento sem precedentes" conseguido com o Alto-Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) para a instalação em países ocidentais de mais de 16.000 migrantes africanos que se encontram em Israel.
Um controverso plano governamental israelita previa que mais de 30 mil migrantes - em particular eritreus e sudaneses - que não têm em curso um processo de pedido de asilo deviam regressar ao país de origem ou viajar para outro país, caso contrário seriam detidos por tempo indeterminado.
"O acordo assinado com o ACNUR permite a anulação imediata da expulsão para um país terceiro como previsto no plano anterior", precisou o comunicado.
Netanyahu disse ainda que o acordo "estipula que por cada migrante que deixe o país" Israel "compromete-se a dar o estatuto de residente temporário a um outro".
Segundo o comunicado do gabinete do chefe de Governo israelita, o novo acordo será aplicado durante cinco anos.
Os migrantes africanos em causa chegaram na sua maioria depois de 2007, infiltrando-se no país através do Sinai egípcio, e instalaram-se sobretudo nos bairros pobres de Telavive.
O plano do Governo, considerado o mais à direita da história de Israel, suscitou vasta reprovação, da parte da agência da ONU para os Refugiados, de intelectuais e médicos, mas também de sobreviventes do Holocausto.