​Pelo menos oito jornalistas entre os 21 mortos do atentado em Cabul

PorExpresso das Ilhas, Lusa,30 abr 2018 8:45

Pelo menos oito jornalistas estão entre os 21 mortos do duplo ataque suicida hoje em Cabul, no Afeganistão, que já foi reivindicado pelo grupo extremista Estado Islâmico, segundo o Comité de Segurança dos Jornalistas Afegãos.

Num comunicado, a organização acrescenta que pelo menos seis jornalistas ficaram feridos nos ataques e aproveita para condenar veementemente todos os ataques contra jornalistas.

O duplo atentado ocorreu na sede dos serviços de inteligência afegãos, conhecida como "Presidência 90".

Entre os mortos dos ataques estão um fotógrafo da Agência France Presse (AFP) e outros jornalistas de diferentes órgãos de informação, que tinham ido fazer reportagem ao local logo após o primeiro ataque.

A AFP já confirmou na sua conta do Twitter a morte do fotógrafo.

O porta-voz do Ministério da Saúde Pública do Afeganistão, Wahidullah Majroh, disse à agência espanhola EFE que Khair Muhammad, da rede afegã Tolo News, e Ebadullah Hananzai, da estação de rádio Azadi Radio, estão entre os mortos.

A cadeia de televisão 1TV informou que um cinegrafista, Nawroz Rajabi, e o repórter Ghazi Rasouli também foram mortos no ataque.

Um jornalista da Jahan TV, que ainda não foi identificado, também morreu.

O porta-voz da polícia local, Hashmat Stanekzai, disse à EFE que um homem-bomba detonou um engenho explosivo na moto em que seguia, por volta das 08:00 locais (02:30 em Cabo Verde), na área de Shashdarak, na capital afegã.

Cerca de meia hora depois houve uma segunda explosão, quando, de acordo com Stanekzai, "um suicida que se disfarçou de jornalista com uma câmara na mão" detonou os explosivos que transportava entre um grupo de civis e jornalistas que haviam chegado ao local para cobrir o acontecimento.

O grupo extremista Estado Islâmico reivindicou o duplo atentado suicida, no qual morreram pelo menos 21 pessoas e outras 40 ficaram feridas.

Num comunicado oficial do grupo 'jihadista' difundido pelos canais Telegram, ligados ao grupo Estado Islâmico, os bombistas suicidas são identificados como Qaqaa al Kurdi e Jalil al Qurashi.

Jornalistas e meios de comunicação que trabalham no Afeganistão são habitualmente alvos de grupos insurgentes.

Em 2014, a fotojornalista alemã Anja Niedringhaus, da Agência Associated Press (AP), foi morta a tiro enquanto cobria um evento eleitoral na província de Khost (oeste) e, no mesmo ano, o jornalista afegão Sardar Ahmad, da AFP, morreu com a sua mulher e dois dos seus três filhos num ataque ao hotel Serena, em Cabul.

Em janeiro de 2016, um homem-bomba explodiu numa carrinha que transportava funcionários de uma empresa de produção audiovisual em Cabul, num ataque em que pelo menos oito pessoas morreram, sete delas civis, e outras 28 ficaram feridas.

No veículo estavam funcionários da Kaboora Production, uma empresa afegã de cerca de 200 trabalhadores que faz diversos trabalhos para os media, designadamente para a Tolo News.

Num relatório apresentado em janeiro passado, o Comité de Segurança dos Jornalistas Afegãos revelou que tinha subido para 20 o número de jornalistas mortos em território afegão em 2017, o ano mais mortífero dos últimos 15, com 54% mais mortes do que em 2016.

Segundo a organização Repórteres Sem Fronteiras, o Afeganistão está na 118.ª posição (de um total de 180 países) no ranking da liberdade de imprensa 2017.

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Autoria:Expresso das Ilhas, Lusa,30 abr 2018 8:45

Editado porFretson Rocha  em  5 fev 2019 10:57

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