Na primeira ronda, a 29 de Julho, os resultados apresentados pela presidente do Tribunal Constitucional, Manassa Danioko, mostraram o actual chefe de Estado, Ibrahim Boubacar Keita, também conhecido por IBK, como o mais votado, com 41,70% dos votos.
Cissé, que reuniu 17,78% dos boletins válidos, contestou estes resultados, alegando que não eram "verdadeiros ou credíveis".
A oposição, que acusou o poder de utilizar o clima de insegurança no país para manipular as eleições, apresentou vários recursos contra os resultados da primeira volta, mas foram rejeitados pelo Tribunal Constitucional.
Os dois defrontam-se hoje à semelhança do que aconteceu nas eleições de 2013, que IBK venceu com mais de 77% dos votos.
O Presidente cessante é o claro favorito, face a uma oposição cada vez mais dividida e que deixa Soumaila Cissé com menos hipóteses de vencer.
Dos 22 candidatos que participaram na primeira volta, vários se posicionaram a favor de IBK, enquanto outros se mantiveram neutros e declararam não apoiar nenhum dos dois candidatos da segunda ronda, como foi o caso de dois dos principais opositores neste escrutínio, que ocuparam o terceiro e o quarto posto na primeira ronda - o empresário Aliou Diallo, que obteve 8,03% dos votos, e o ex-primeiro-ministro Cheick Modibo Diarra (7,39%).
O país vive uma situação de insegurança e crise política desde o golpe de Estado militar de 2012, a que se seguiu uma rebelião independentista dos tuaregues no norte, apoiados por grupos jihadistas locais.
No ato eleitoral de hoje, que decorre entre as 08:00 e as 18:00 locais (entre as 09:00 e as 19:00 em Lisboa), a segurança será garantida por 36 mil militares, cerca de 20% mais que na primeira volta, a 29 de Julho.
A comunidade internacional deverá seguir com atenção esta segunda ronda, mas o desfecho da votação deverá ter pouco efeito sobre os milhares de milhões de dólares de ajuda que Bamako recebe, de acordo com especialistas citados pela agência France-Presse.
Com cerca de cem observadores na primeira volta eleitoral, a União Europeia, o maior doador internacional do Mali, exigiu a publicação de resultados discriminados e pediu mais transparência na segunda ronda, bem como a garantia de acesso a todos os locais de votação -- a 29 de Julho, cerca de 250 mil eleitores não conseguiram votar no centro e no norte do país.
A diplomacia maliana instou a UE a "não atrapalhar o processo eleitoral".
Entre as contribuições directas da Comissão Europeia e
Os Estados Unidos da América, por sua parte, anunciaram que vão reduzir drasticamente o apoio de cerca de 100 milhões de dólares (87,55 milhões de euros) entre 2017 e 2018, dos quais 81,5 milhões previstos para este ano, mas não precisaram qual será a verba nem os motivos para o corte.
Além da UE, o Banco Mundial, o Banco Africano de Desenvolvimento e o Canadá financiam directamente o orçamento operacional do Governo do Mali, um dos países mais pobres do mundo.