Museu Nacional do Rio de Janeiro não tinha seguro nem brigada contra incêndios

PorExpresso das Ilhas, Lusa,5 set 2018 7:38

Museu Nacional do Rio de Janeiro
Museu Nacional do Rio de Janeiro

O Museu Nacional do Rio de Janeiro, que ardeu no domingo, não tinha seguro sobre o património e não tinha uma brigada disponível para combater possíveis incêndios, disse a vice-directora do museu brasileiro.

Cristiane Serejo admitiu que os responsáveis do museu descartaram a contratação de uma seguradora e a criação de um grupo de funcionários autorizados a combater incêndios por falta de verbas. 

O Governo já anunciou a libertação de fundos de emergência para iniciar a reconstrução imediata de um novo edifício e uma campanha com o objectivo de angariar fundos privados. 

"Temos recebido várias ofertas de doações, até mesmo algumas instituições estrangeiras. Vamos fazer uma campanha e vamos ser capazes de levantar o Museu Nacional com novas colecções", disse a vice-directora do museu. 

Na segunda-feira, centenas os estudantes e investigadores ligados ao museu, a maioria dos quais vestidos de negro, concentraram-se em frente aos escombros ainda fumegantes do edifício, para "abraçar" o antigo palácio imperial do século XIX, em protesto contra o Presidente brasileiro e cortes na Cultura. 

Os portões que dão acesso ao recinto do museu chegaram a estar fechados a cadeado pelas autoridades, mas a força dos protestos levou a que a população conseguisse entrar. 

Considerado o maior museu de História Natural da América Latina, o Museu Nacional, que assinalou em Junho o seu bicentenário, albergava cerca de 20 milhões de peças de valor incalculável e uma biblioteca com mais de 530 mil títulos. 

Entre as peças inestimáveis transformadas em cinzas está uma colecção egípcia, uma outra de arte e de artefactos greco-romanos, colecções de paleontologia - que incluíam o esqueleto de um dinossauro encontrado na região de Minas Gerais - bem como o mais antigo fóssil humano descoberto no Brasil, "Luzia". 

Um dos únicos vestígios preservados foi o enorme meteorito com mais de cinco toneladas, que continua em frente à entrada do espaço. 

Mergulhado numa dívida pública abissal e em sucessivos escândalos de corrupção, o Brasil, que sai timidamente de uma recessão histórica, efectuou nos últimos meses muitos cortes orçamentais nas áreas da Investigação, Cultura e Ciência. 

O ministro da Cultura brasileiro, Sérgio Sá Leitão, reconheceu que "a tragédia poderia ter sido evitada". 

Há três meses, por ocasião do bicentenário, o Museu Nacional obteve um financiamento de 21,7 milhões de reais (cerca de 4,51 milhões de euros) do Banco Nacional de Desenvolvimento para o restauro do edifício. 

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Autoria:Expresso das Ilhas, Lusa,5 set 2018 7:38

Editado porNuno Andrade Ferreira  em  29 mai 2019 23:22

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