Trump foi à ONU gabar-se, agradecer a Kim Jong-un e atacar o Irão

PorExpresso das Ilhas, Lusa,25 set 2018 17:19

Kim Jong-un
Kim Jong-un

O presidente norte-americano, Donald Trump, pediu hoje a todas as nações do mundo para isolarem o Irão pelo "comportamento agressivo" que exibe.

Ao discursar na Assembleia Geral da ONU, Trump disse ter lançado uma campanha de "pressão económica" para retirar ao Irão os recursos de que necessita para prosseguir a sua "agenda sangrenta" na Síria e no Iémen.

Para o presidente norte-americano, o Irão não respeita os seus vizinhos ou as fronteiras destes e, tratando-se de um regime que defende "Morte à América" e a destruição de Israel, o mundo não pode permitir-lhe desenvolver armas nucleares. 

Trump falou também da Coreia do Norte para agradecer a Kim Jong-un - a quem há um ano chamou, perante a Assembleia-Geral, 'rocket man', - os passos que deu no sentido da desnuclearização, depois da cimeira entre Trump e Kim em Singapura em Junho. 

O presidente norte-americano dedicou boa parte do seu discurso a defender a "soberania americana" e a rejeitar "a governação global". 

Criticou o Conselho de Direitos Humanos da ONU, do qual se retirou em Junho, por "proteger autores de abusos dos direitos humanos" ao mesmo tempo que ataca os Estados Unidos, e atacou o Tribunal Penal Internacional, afirmando que "não tem nenhuma legitimidade e nenhuma autoridade".  

"Os Estados Unidos não vão dar qualquer apoio ou reconhecimento ao TPI [...]. Nunca abandonaremos a soberania americana a uma burocracia mundial não eleita e irresponsável", afirmou, recusando "a ideologia do mundialismo". 

Trump anunciou que vai limitar a 25% a contribuição dos Estados Unidos para as missões de paz da ONU -- contra os actuais 28%, cerca de 7.900 milhões de dólares - e que vai rever a ajuda a outros países que sejam "amigos".

O presidente norte-americano acusou ainda a China de praticar um comércio injusto, afirmando que os Estados Unidos não vão mais tolerar acordos que permitam a outros países enviar os seus produtos para a América, subsidiar os seus bens e manipular a moeda para obter vantagens imerecidas.

"Os Estados Unidos não vão mais deixar que se aproveitem deles", disse.

Donald Trump chegou atrasado à Assembleia-Geral, obrigando a uma alteração da ordem de intervenções.

Trump devia discursar depois do presidente do Brasil, Michel Temer, mas uma vez que não estava no edifício, o discurso de Temer foi seguido de uma longa pausa, enquanto funcionários preparavam a entrada do terceiro a discursar, o presidente do Equador, Lenin Moreno, que se desloca em cadeira de rodas.

A coluna automóvel de Trump chegou ao edifício das Nações Unidas durante o discurso de Moreno.

A Casa Branca não deu, até ao momento, nenhuma explicação para o atraso do presidente.

Ao iniciar a sua intervenção perante a Assembleia, Trump falou dos "progressos extraordinários" que a sua administração fez em dois anos, afirmando que foram mais dos que os conseguidos por qualquer outra administração.

O som de risos ouviu-se na sala e Trump, depois de uma pausa, afirmou: "É verdade", suscitando a primeira gargalhada do dia entre os líderes mundiais que assistem à abertura da Assembleia-Geral. "Não esperava essa reação, mas tudo bem", disse.

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Autoria:Expresso das Ilhas, Lusa,25 set 2018 17:19

Editado porNuno Andrade Ferreira  em  16 jun 2019 23:22

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