Ao discursar na Assembleia Geral da ONU, Trump disse ter lançado uma campanha de "pressão económica" para retirar ao Irão os recursos de que necessita para prosseguir a sua "agenda sangrenta" na Síria e no Iémen.
Para o presidente norte-americano, o Irão não respeita os seus vizinhos ou as fronteiras destes e, tratando-se de um regime que defende "Morte à América" e a destruição de Israel, o mundo não pode permitir-lhe desenvolver armas nucleares.
Trump falou também da Coreia do Norte para agradecer a Kim Jong-un - a quem há um ano chamou, perante a Assembleia-Geral, 'rocket man', - os passos que deu no sentido da desnuclearização, depois da cimeira entre Trump e Kim em Singapura em Junho.
O presidente norte-americano dedicou boa parte do seu discurso a defender a "soberania americana" e a rejeitar "a governação global".
Criticou o Conselho de Direitos Humanos da ONU, do qual se retirou em Junho, por "proteger autores de abusos dos direitos humanos" ao mesmo tempo que ataca os Estados Unidos, e atacou o Tribunal Penal Internacional, afirmando que "não tem nenhuma legitimidade e nenhuma autoridade".
"Os Estados Unidos não vão dar qualquer apoio ou reconhecimento ao TPI [...]. Nunca abandonaremos a soberania americana a uma burocracia mundial não eleita e irresponsável", afirmou, recusando "a ideologia do mundialismo".
Trump anunciou que vai limitar a 25% a contribuição dos Estados Unidos para as missões de paz da ONU -- contra os actuais 28%, cerca de 7.900 milhões de dólares - e que vai rever a ajuda a outros países que sejam "amigos".
O presidente norte-americano acusou ainda a China de praticar um comércio injusto, afirmando que os Estados Unidos não vão mais tolerar acordos que permitam a outros países enviar os seus produtos para a América, subsidiar os seus bens e manipular a moeda para obter vantagens imerecidas.
"Os Estados Unidos não vão mais deixar que se aproveitem deles", disse.
Donald Trump chegou atrasado à Assembleia-Geral, obrigando a uma alteração da ordem de intervenções.
Trump devia discursar depois do presidente do Brasil, Michel Temer, mas uma vez que não estava no edifício, o discurso de Temer foi seguido de uma longa pausa, enquanto funcionários preparavam a entrada do terceiro a discursar, o presidente do Equador, Lenin Moreno, que se desloca em cadeira de rodas.
A coluna automóvel de Trump chegou ao edifício das Nações Unidas durante o discurso de Moreno.
A Casa Branca não deu, até ao momento, nenhuma explicação para o atraso do presidente.
Ao iniciar a sua intervenção perante a Assembleia, Trump falou dos "progressos extraordinários" que a sua administração fez em dois anos, afirmando que foram mais dos que os conseguidos por qualquer outra administração.
O som de risos ouviu-se na sala e Trump, depois de uma pausa, afirmou: "É verdade", suscitando a primeira gargalhada do dia entre os líderes mundiais que assistem à abertura da Assembleia-Geral. "Não esperava essa reação, mas tudo bem", disse.