Número de mortes prováveis por Ébola na RDCongo sobe para 135

PorExpresso das Ilhas, Lusa,15 out 2018 14:43

O número de mortes prováveis devido ao vírus do Ébola na República Democrática do Congo (RDCongo) subiu para 135, depois da morte de cinco pessoas no sábado, segundo os dados divulgados pelo Ministério da Saúde do país.

De acordo com os números divulgados na noite de domingo, do número total de mortes, em 100 foi confirmado, em laboratório, que ocorreram devido ao vírus da febre hemorrágica do Ébola.

O último balanço aponta para 211 casos de contágio: 176 confirmados e os restantes 35 prováveis.

Dois meses e meio depois de ter sido declarada esta nova epidemia nas províncias de Kivu do Norte e Ituri, o surto começou uma nova onda "de alto risco" na cidade de Beni.

"A epidemia em Beni é de alto risco e a situação é preocupante", informou então o ministro da Saúde, Oly Ilunga, que assegurou: "ainda assim, não sabemos a escala da mesma, (mas) o epicentro que estava em Mangina, está agora em Beni".

Embora as duas cidades estejam a 20 quilómetros, a proximidade de Beni com o Uganda aumenta o risco de propagação com países vizinhos, tal como a presença de grupos armados e a violência em Kivu do Norte.

O ministro assinalou que entre os fatores responsáveis desta segunda onda do Ébola estão a rejeição social face ao vírus, a insegurança que se verifica na zona - o que leva a fluxos migratórios de deslocados - e a maior confiança em curandeiros do que em trabalhadores humanitários.

"Continuamos a ver casos de pessoas que primeiro visitam curandeiros, que combinam as medicinas modernas e tradicionais, e tardam em ir a centros de tratamento, o que torna mais difícil salvá-los", afirmou, na sexta-feira, o porta-voz da Organização Mundial de Saúde (OMS), Tarik Jasarevic.

Outras entidades, como o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), têm concentrado os seus esforços em locais como escolas, onde tanto professores como alunos aprendem a identificar os sintomas do Ébola e comportamentos como a lavagem de mãos, que depois transmitem em suas casas.

Várias equipas de sensibilização têm tentado reduzir a rejeição junto de líderes tradicionais locais, incluindo nas suas missões sobreviventes do vírus, de modo a demonstrar que a doença pode ser curada caso seja tratada a tempo.

O vírus do Ébola é transmitido por contacto direto com o sangue e fluidos corporais de pessoas ou animais infetados, causando hemorragia grave e tem uma taxa de mortalidade de 90%.

O surto de Ébola foi declarado no dia 01 de agosto nas províncias de Kivu do Norte e de Ituri, no norte da República Democrática do Congo.

Trata-se do segundo surto declarado em 2018, oito dias depois de Oly Ilunga ter declarado o fim da epidemia que se registou anteriormente, no oeste da República Democrática do Congo.

A pior epidemia desta doença conhecida no mundo foi declarada em março de 2014, com os primeiros casos que remontam a dezembro de 2013 na Guiné Conacri e que, posteriormente, se expandiu para Serra Leoa e Libéria.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) sinalizou o fim da epidemia em janeiro de 2016, depois de registar 11.300 mortes e mais de 28.500 casos, embora a agência da ONU tenha admitido que estes números podem ser conservadores diante da situação encontrada naqueles países africanos. 

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Autoria:Expresso das Ilhas, Lusa,15 out 2018 14:43

Editado porNuno Andrade Ferreira  em  7 jul 2019 23:22

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