O chefe de emergências da OMS, Peter Salama, considerou que é um "balanço triste", depois de o ministro da Saúde da RD Congo ter anunciado que o número de casos atinge os 426, 379 deles confirmados e 47 ainda por confirmar.
Ataques de grupos rebeldes e a hostilidade por parte de alguns moradores locais têm colocado sérios desafios, que os funcionários envolvidos no combate e contenção do vírus ébola dizem nunca ter enfrentado antes.
Segundo Peter Salama, muitos dos funcionários aventuram-se em trabalhos críticos para a contenção do vírus apenas acompanhados por forças de paz das Nações Unidas, sendo comum estarem a trabalhar ao som de tiros.
O chefe de emergências da OMS prevê que o surto no nordeste da RD Congo possa durar pelo menos mais seis meses antes de ser contido.
Neste país africano, a epidemia do vírus ébola, que se transmite por contacto físico através de fluidos corporais infectados e que provoca febre hemorrágica, foi declarada em 1 de Agosto deste ano, em Mangina, nas províncias de Kivu Norte e Ituri.
No distrito de Boikene, a OMS, o Ministério da Saúde da RD Congo e organizações não-governamentais tiveram de suspender as operações de socorro durante dois dias, depois de um ataque de um grupo armado.
O vírus alastrou já até perto da fronteira com o Uganda, país que, para prevenir, realizou um programa de vacinação de funcionários na fronteira com a RD Congo, atravessada diariamente por centenas de pessoas, num trânsito normal.
Até 4 de Novembro, 26.687 pessoas, entre as quais 7.006 crianças, foram vacinadas na RD Congo, incluindo 9.105 elementos de organizações de socorro, governamentais e não-governamentais.
Nos últimos meses, a ONU inquietou-se com o risco de propagação da epidemia ao Burundi, Uganda, Ruanda e Sudão do Sul.
Uma resolução do Conselho de Segurança da ONU, de 30 de Outubro, instou estes países africanos a reforçarem as capacidades operacionais para lutar contra a doença, em total cooperação com a OMS.