"Trata-se de uma medida provocatória, que é ilegal à luz do direito internacional e que não pretende mais do que desestabilizar a região", declarou à agência France-Presse (AFP) Hanane Achraoui, um alto responsável da Organização para a Libertação da Palestina (OLP).
A questão da mudança de embaixadas em Israel é particularmente sensível.
O Estado hebreu considerou a cidade de Jerusalém a sua capital, enquanto os palestinianos aspiram a fazer de Jerusalém a capital do seu futuro Estado.
Israel ocupa Jerusalém desde a guerra de 1967 e procedeu à sua anexação, nunca reconhecida pela comunidade internacional.
Para a comunidade internacional, o estatuto da cidade de Jerusalém deve ser negociado pelas duas partes e as embaixadas não devem instalar-se ali enquanto não houver um acordo.
Porém, o Presidente norte-americano, Donald Trump rompeu, em Dezembro de 2017, com as decisões da diplomacia dos EUA, ao reconhecer Jerusalém como capital de Israel.
A embaixada dos Estados Unidos foi transferida de Telavive para Jerusalém a 14 de maio.
"É verdadeiramente perceptível que o Brasil faz parte da aliança negativa contra o Direito internacional", afirmou Achraoui.
O Presidente eleito do Brasil, Jair Bolsonaro, escreveu, esta quinta-feira, no seu Twitter: "Como afirmado durante a campanha, pretendemos transferir a embaixada do Brasil de Telavive para Jerusalém".
"Israel é um Estado soberano e nós o respeitamos", defendeu.
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, saudou no mesmo dia a decisão "histórica" do Presidente eleito do Brasil.
O candidato do Partido Social Liberal (PSL, extrema-direita), Jair Messias Bolsonaro, 63 anos, capitão do Exército reformado, foi eleito no domingo, na segunda volta das eleições presidenciais, o 38.º Presidente da República Federativa do Brasil, com 55,1% dos votos, derrotando o candidato do Partido dos Trabalhadores (PT), Fernando Haddad, que teve 44,9% dos votos.