"Não haverá reuniões entre as equipas da Comissão e os negociadores. É normal que não haja uma reunião, porque as negociações estão concluídas", respondeu taxativamente o porta-voz do executivo comunitário, quando instado a comentar um eventual regresso às negociações entre as duas partes.
Margaritis Schinas, que falava na conferência de imprensa diária da Comissão Europeia em Bruxelas, tinha começado por notar o tom "amigável" do contacto telefónico de sexta-feira entre o presidente Jean-Claude Juncker e a primeira-ministra, Theresa May, sem revelar, contudo, o conteúdo do telefonema.
"Os dois acordaram falar novamente esta semana. Não há mais acrescentar. O acordo que está em cima da mesa é o melhor e único possível e não será renegociado", insistiu.
O porta-voz comunitário lembrou que as instituições europeias iniciaram o processo de ratificação do acordo do 'Brexit', endossado pelos chefes de Estado e de Governo dos 27 em 25 de Novembro, e que estão a acompanhar "atentamente" o processo de ratificação no Reino Unido.
"Paralelamente, continuaremos a preparar o nosso plano de contingência, analisando se são necessários passos adicionais relativamente às medidas apresentadas em 19 de Dezembro", concluiu.
Theresa May dialogou nos últimos dias com alguns dos líderes dos 27 na tentativa de alcançar garantias políticas e legais adicionais sobre o acordo de saída do Reino Unido da União Europeia.
A primeira-ministra britânica procura, em concreto, clarificações sobre o mecanismo de salvaguarda desenhado para evitar o regresso de uma fronteira física entre a Irlanda do Norte e a República da Irlanda, de modo a conseguir que o parlamento britânico vote favoravelmente o acordo.
Os seus parceiros europeus, assim como o presidente da Comissão Europeia, e o do Conselho Europeu, Donald Tusk, têm, no entanto, repetido insistentemente que não vão reabrir as negociações do acordo, que é "o melhor e único possível".
O texto será votado na Câmara dos Comuns em 15 de Janeiro, depois de May ter decidido adiá-la em Dezembro, com vista a evitar um previsível 'chumbo' do acordo do 'Brexit'.