"As negociações estão numa fase crucial. Precisamos todos de manter o sangue frio para conseguir as alterações que esta Câmara pediu e concretizar o 'Brexit' a tempo", vai dizer Theresa May esta tarde na Câmara dos Comuns, de acordo com excertos do discurso divulgados antecipadamente.
A primeira-ministra vai fazer uma declaração para actualizar o parlamento sobre o andamento das negociações com Bruxelas desde o voto a 29 de Janeiro, quando uma maioria de deputados votou a favor de uma proposta para substituir a solução para a Irlanda do Norte por "disposições alternativas".
A declaração, um dia antes do que tinha inicialmente prometido, vai servir como base a um novo debate e votação anunciados para quinta-feira sobre o processo, quando os deputados britânicos poderão avançar com novas propostas para influenciar a acção do governo.
Hoje, numa entrevista à rádio BBC 4, a ministra dos Assuntos Parlamentares, Andrea Leadsom, garantiu que "não se trata de gastar tempo".
"O que a primeira-ministra está a tentar fazer é resolver as questões relacionadas com a 'backstop', que é o que o parlamento disse claramente que permitiria ao parlamento apoiar o acordo dela. O que estamos a tentar fazer é garantir um bom acordo que funcione para o Reino Unido e para a União Europeia", acrescentou.
A primeira-ministra manteve encontros com líderes europeus esta semana para negociar uma alternativa à solução de salvaguarda, conhecida como 'backstop', que está no Acordo de Saída negociado entre o Governo britânico e Bruxelas para evitar uma fronteira física entre a província britânica da Irlanda do Norte e a vizinha europeia Irlanda.
O mecanismo só será activado se não estiver concluído um novo acordo comercial após o período de transição, no final de 2020, mantendo o Reino Unido na união aduaneira europeia e a Irlanda do Norte sujeita a certas regras do mercado único, mas conservadores eurocéticos e o Partido Democrata Unionista (DUP) receiam que fique em vigor por tempo indeterminado.
Leadsom não adiantou quando pretende o Governo submeter o Acordo de novo ao parlamento para ser votado, condição necessária para ser ratificado pelo Parlamento Europeu, prometendo apenas que será "o mais depressa possível".