Oencontro entre o italiano, líder da Liga, e o polaco, líder do partido Lei e Justiça (PiS), no poder na Polónia, vai servir para abordar a eventual criação de um novo grupo político no Parlamento Europeu que reúna os partidos críticos da União Europeia, após as eleições europeias de maio, segundo o diário La Reppublica.
"A Europa habituou-se durante anos a falar do eixo franco-alemão. Preparamo-nos para ter um novo equilíbrio e uma nova energia na Europa", disse Salvini à imprensa após um encontro com o ministro do Interior polaco, Joachim Brudzinski.
"A Polónia e a Itália serão, absolutamente, os protagonistas dessa nova primavera europeia, desse renascimento dos verdadeiros valores europeus com menos finanças, menos burocracia e mais trabalho, mais família e sobretudo mais segurança", acrescentou.
Salvini destacou nomeadamente a política de migração, afirmando que "a segurança não se obtém ajudando contrabandistas, traficantes e organização não-governamentais suas cúmplices, mas defendendo o direito de cada país a proteger as suas fronteiras".
O vice-primeiro-ministro italiano tem frequentemente acusado as ONG que resgatam migrantes do Mediterrâneo de encorajarem o tráfico de seres humanos e já hoje tinha repetido a ideia, ao criticar o acordo alcançado entre Malta e oito países europeus, entre os quais Portugal e a própria Itália, para o acolhimento de 49 migrantes resgatados há cerca de duas semanas e impedidos de desembarcar nos portos malteses.
Assegurando que vai pedir explicações ao seu parceiro de coligação, o Movimento 5 Estrelas (M5S), por ter aceitado receber parte daqueles migrantes, o que considerou "não faz sentido", e criticou "a pressa" em fazê-lo quando ele, que é também ministro do Interior, se encontra fora do país.
O ministro polaco também falou à imprensa, afirmando que a Polónia e Itália estão de acordo em quase todos os assuntos abordados.
Os dois países, disse, "não pretendem abandonar a UE, são parte integrante dela", "querem reforçá-la, melhorar a segurança dos cidadãos e de toda a comunidade" e "reformá-la para que esteja mais próxima das pessoas que das elites".