O titular dos Assuntos Internos do autoproclamado governo curdo, Kanaan Barakat, indicou que os centros de detenção do território têm combatentes do grupo extremista Estado Islâmico (EI) originários "de todo o mundo", embora recusasse adiantar um número preciso.
"Não podemos dar um número total até terminar a batalha de Baghouz", aldeia na província de Deir Ezzor e último reduto dos 'jihadistas' no leste da Síria, disse Barakat numa entrevista à EFE em Qamishili, na fronteira com a Turquia.
O responsável referiu que até agora "apenas uns poucos países" reclamaram os seus cidadãos, sejam civis ou combatentes, pelo que os repatriados representam um número pequeno em comparação com "a grande quantidade de pessoas" em poder das autoridades curdas.
Pediu assim "a todos os países que intervenham de imediato" para repatriar os seus cidadãos ou para prestarem assistência ao governo da região curda para que este possa "acolher os seus cidadãos e reabilitá-los psicologicamente, especialmente as mulheres e as crianças".
As Forças Democráticas Sírias (FDS, aliança árabe-curda que combate os 'jihadistas' apoiada pela coligação internacional dirigida pelos Estados Unidos) estão envolvidas numa ofensiva contra os últimos 'jihadistas' do EI entrincheirados em Baghouz.
Brakat disse ainda que a maioria dos 'jihadistas' e civis que têm abandonado Baghouz até agora é de nacionalidade iraquiana, explicando que a localidade se tornou refúgio dos combatentes do EI que fugiram do Iraque, onde as forças governamentais concluíram a sua ofensiva contra o grupo extremista em Dezembro de 2017.
"Até agora não há qualquer acordo com o governo iraquiano" para a entrega daquelas pessoas, referiu Barakat, que negou também a existência de qualquer contacto com as autoridades da Damasco para que recebam membros do EI.