Segundo os dados das alfandegas chinesas, hoje divulgados, no total, as exportações e importações da China caíram, 1,3% e 7,3%, respectivamente, face ao mesmo mês do ano passado.
Os governos das duas maiores economias do mundo impuseram já taxas alfandegárias sobre centenas de milhares de milhões de dólares das exportações de cada um, numa guerra comercial que ameaça a economia mundial.
Depois de, em Maio passado, a balança comercial da China ter crescido ligeiramente, os dados deste mês revelam que as disputas com os EUA começam a ter efeito no país asiático.
“A disputa comercial entre a China e os EUA trouxe alguma pressão sobre o nosso comércio externo, mas que pode ser controlada”, disse Li Kuiwen, porta-voz da administração das alfândegas, em conferência de imprensa.
Julian Evans Pritchard, economista sénior da Capital Economics na China, considerou num relatório que “a tendência negativa no comércio deve intensificar-se, nos próximos trimestres”.
Em causa está a política de Pequim para o sector tecnológico, que visa transformar as firmas estatais do país em importantes actores globais em sectores de alto valor agregado, como inteligência artificial, energia renovável, robótica e carros eléctricos.
Os EUA consideraram que aquele plano, impulsionado pelo Estado chinês, viola os compromissos da China em abrir o seu mercado, nomeadamente ao forçar empresas estrangeiras a transferirem tecnologia e ao atribuir subsídios às empresas domésticas, enquanto as protege da competição externa.