Os três países não foram colocados no primeiro ‘ranking’ do cumprimento dos 17 objectivos de desenvolvimento sustentável (ODS), por falta de 20% dos dados necessários de Timor-Leste, 21% por parte da Guiné-Bissau e 31% dos valores da Guiné Equatorial.
Timor-Leste, sem uma colocação no ‘ranking’, garantiu o cumprimento de um dos 17 objectivos de desenvolvimento sustentável – o da produção e consumo sustentáveis – mas com “grandes desafios” em nove outros ODS.
Timor está inserido na região da Ásia Oriental e Meridional, que apresenta uma pontuação média de 65,7 em 10 no desenvolvimento sustentável. Uma situação semelhante tem a Guiné-Bissau, que também conseguiu assegurar a sustentabilidade da produção e do consumo, mas que enfrenta “grandes desafios” em doze categorias.
Guiné-Bissau apresenta dados piores do que o recomendado na pobreza, fome, saúde, educação, igualdade de género, água potável ou saneamento, energias renováveis, indústria, sustentabilidade das cidades, protecção da vida marinha e força das instituições democráticas ou paz.
Sem informações sobre o desempenho em cinco objectivos de desenvolvimento sustentável, a Guiné Equatorial tem “grandes desafios” em oito ODS restantes, pode ver-se no relatório encomendado pelas Nações Unidas a uma equipa de especialistas independentes.
Trata-se de um relatório apresentado na quarta-feira em Nova Iorque, realizado por cientistas independentes para a ONU, que avalia o desempenho de 162 países nos 17 objectivos de desenvolvimento sustentável assumidos na Agenda 2030.
Angola é o país de língua oficial portuguesa com pior desempenho no desenvolvimento sustentável, salvo os três países que não foram pontuados (Timor-Leste, Guiné-Bissau e Guiné Equatorial).
Portugal assume a 26.ª posição de 162 países, com 76,4 pontos. Os dez países mais sustentáveis do mundo são membros da União Europeia.
O primeiro da lista é a Dinamarca, com 85,2 pontos. Suécia, Finlândia, França e Áustria são os países que se seguem. O território não-europeu com melhor desenvolvimento sustentável é a Nova Zelândia, na 11.ª posição. São Tomé e Príncipe, na posição 95 e Cabo Verde, na posição 96, são os países mais sustentáveis da região da África Subsariana.
O relatório apela para o acesso universal a serviços básicos como saúde, higiene, saneamento, educação, habitação e segurança como pré-requisitos para a erradicação da pobreza e avanços no bem-estar humano, com especial atenção às pessoas com deficiências e outros grupos vulneráveis.
De forma geral, o relatório conclui que as mudanças e o desenvolvimento sustentável do mundo são demasiado lentos e não vão garantir o cumprimento dos ODS até 2030. A ONU considera que os países em desenvolvimento precisam de crescer de forma mais rápida, mas que crescer sem preocupação pelos impactos ambientais (“crescer primeiro e limpar mais tarde”), não é uma opção.
Já os países desenvolvidos necessitam de alterar as dinâmicas de produção e consumo, com limitação de combustíveis fósseis e plástico e com incentivos ao investimento público e privado em iniciativas sustentáveis.