"Apesar dos esforços consideráveis, as discussões entre as diferentes partes interessadas do grupo e de novas fontes de financiamento possíveis, não resultaram em acordo", apontou a operadora Thomas Cook num comunicado onde se lê igualmente que "desta forma, o Conselho de Administração concluiu que não tinha escolha, a não ser tomar medidas para entrar em liquidação com efeito imediato ", acrescentou.
Ao todo, há em todo o mundo cerca de 600 mil turistas afectados pelo encerramento da companhia aérea que é um dos principais actores no sector turístico cabo-verdiano.
Entretanto, face a esta situação, o governo inglês viu-se obrigado a intervir para assegurar o repatriamento dos cidadãos britânicos retidos no estrangeiro. Informações do governo britânico dão conta que esta é a maior operação de resgate de cidadãos britânicos alguma vez realizada em tempos de paz.
O site da Thomas Cook anuncia que “todos os programas de férias e todos os vôos fornecidos pelas empresas do grupo não estão a operar. Todos os escritórios e lojas das empresas foram encerrados”.
A empresa, no site onde anuncia o final das suas actividades, diz igualmente que o governo inglês em conjunto com a autoridade de aviação civil de Inglaterra “estão a trabalhar em conjunto para fazer todos os possíveis para transportar os turistas de regresso ao Reino Unido”. No entanto, diz a empresa, “só estão assegurados os voos de regresso para quem teve um aeroporto no Reino Unido como ponto de partida”.
“Se está actualmente no estrangeiro e o seu voo de regresso era com a Thomas Cook, estamos a providenciar voos de regresso ao Reino Unido. Estes voos de repatriamento serão operados nas próximas duas semana (até 6 de Outubro de 2019)”. Depois dessa data, acrescenta a Thomas Cook no comunicado, os turistas “terão de fazer os seus planos de viagem” e “num pequeno número de localizações, os passageiros terão que reservar seus próprios voos de volta”.
O encerramento da Thomas Cook pode significar um golpe no sector turístico nacional tendo em conta que o Reino Unido, só nos primeiros seis meses deste ano, foi responsável pela chegada a Cabo Verde de mais de 100 mil turistas, muitos deles transportados pela Thomas Cook.
O anuncio do fim de actividade da Thomas Cook surgiu como uma surpresa, tendo em conta que a empresa foi comprada pelos chineses da Fosun que com a aquisição da agência de viagens britânica, ganharam o controlo de um negócio com 11 milhões de clientes e que registou receitas de 7,4 mil milhões de libras (8,2 mil milhões de euros) no ano passado. Agora, com o encerramento, para além dos turistas afectados, ficam em causa mais de 20 mil postos de trabalho.
A empresa, com 178 anos de atividade, tinha previsto assinar esta semana um pacote de resgate com o seu maior acionista, o grupo chinês Fosun, estimado em 900 milhões de libras (1.023 milhões de euros), mas tal foi adiado pela exigência dos bancos de que o grupo tivesse novas reservas para o inverno.