Putin abre primeira "Cimeira Rússia-África" para recuperar o tempo perdido

PorExpresso das Ilhas, Lusa,23 out 2019 7:36

Vladimir Putin
Vladimir Putin

​O Presidente russo abre hoje a primeira "Cimeira Rússia-África", um sinal de uma ambição crescente da Rússia no continente africano, num encontro em que participam cerca de 30 líderes africanos, incluindo Jorge Carlos Fonseca.

Vladimir Putin recebe em Sochi, uma estância balnear no Mar Negro, onde Moscovo gosta de organizar as suas grandes incursões políticas, cerca de 30 líderes africanos e milhares de oradores a quem tentará deixar claro que a Rússia "tem muito a oferecer aos Estados africanos", na expressão divulgada pelo Kremlin.

"Estamos a preparar e em vias de implementar projectos de investimento com participações russas na ordem dos milhares de milhões de dólares", afirmou Vladimir Putin, numa entrevista divulgada hoje pela agência de notícias estatal russa Tass.

O homólogo egípcio de Putin, Abdel Fattah al-Sisi, presidente em exercício da União Africana, foi o aliado estratégico escolhido pelo Presidente russo para co-liderar a cimeira, numa fórmula diplomática que reproduz os "Fóruns de Cooperação Sino-Africana" que, desde 2000, têm permitido a Pequim tornar-se o principal parceiro do continente.

Em 20 anos no poder, Vladimir Putin apenas fez três viagens à região da África subsariana, sempre com a África do Sul no centro de cada um dos roteiros, mas chegou a altura de demonstrar que os interesses africanos ocupam uma parte importante das preocupações do Kremlin.

O chefe de Estado russo, numa entrevista divulgada no início da semana, cita como prova do compromisso de Moscovo com a região a "cooperação militar e de segurança", a ajuda no combate ao vírus Ébola, a formação de "quadros africanos" pelas universidades russas, garantindo que os projectos russos em África são caracterizados pela ausência de ingerência "política ou outra".

África é um "continente importante", com o qual Moscovo mantém "relações tradicionais, históricas e íntimas", sublinhou hoje, à comunicação social, Dmitry Peskov, porta-voz de Putin, numa referência à antiga União Soviética.

Entre os participantes, estão os presidentes de Cabo Verde, Jorge Carlos Fonseca, Angola, João Lourenço, e Moçambique, enquanto São Tomé e Príncipe se faz representar pela ministra dos Negócios Estrangeiros, Elsa Pinto.

O chefe de Estado cabo-verdiano discursa amanhã, estando agendados encontros bilaterais com os chefes de Estado da Federação Russa, Vladimir Putin, do Egipto e presidente em exercício da União Africana, Abdel Fatah Al-Sisi, e com o presidente do Níger e presidente em exercício da CEDEAO, Mahamadou Issoufou. Da agenda constam também encontros bilaterais com os presidentes das repúblicas de Angola, João Lourenço, e do Senegal, Macky Sall.

A Guiné-Bissau está a viver um novo clima de instabilidade, depois de o primeiro-ministro, Aristides Gomes, ter denunciado na segunda-feira uma alegada tentativa de golpe de Estado e ter acusado directamente Umaro Sissoco Embaló, candidato às eleições presidenciais marcadas para 24 de Novembro apoiado pelo Movimento para a Alternância Democrática (Madem G15).

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Autoria:Expresso das Ilhas, Lusa,23 out 2019 7:36

Editado porNuno Andrade Ferreira  em  9 jul 2020 23:21

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