Os Estados Unidos informaram no início desta semana a Organização das Nações Unidas (ONU) de que iniciaram o processo de retirada do acordo de combate às alterações climáticas, assinado em Paris há quatro anos.
"Lamentamos a notificação dos Estados Unidos sobre a saída formal do Acordo de Paris. Trabalhámos lado a lado com os nossos amigos norte-americanos para construir o Acordo de Paris, em 2015, que está hoje em vigor e que junta 194 países", reagiu a porta-voz da Comissão Europeia, Mina Andreeva.
Falando na conferência de imprensa diária do executivo comunitário, em Bruxelas, a responsável acrescentou que, "mesmo sem o maior emissor mundial de dióxido de carbono, o mundo irá continuar a utilizar o Acordo de Paris para adoptar iniciativas para reduzir as emissões que estão a ter um impacto negativo no planeta".
Segundo Mina Andreeva, "o Acordo de Paris tem uma forte base e está para ficar", razão pela qual a UE "continuará a apoiar" e a respeitar tal protocolo internacional.
"A porta continua aberta e esperamos que os Estados Unidos possam, de novo, adiar esta data [de saída]", adiantou a porta-voz.
O secretário de Estado dos Estados Unidos, Mike Pompeo, afirmou na segunda-feira que tinha submetido à ONU o pedido formal de retirada do Acordo. Este pedido inicia o processo de saída que, contudo, vai demorar pelo menos um ano.
Cerca de 200 nações assinaram o acordo de Paris, no qual cada Estado fixa os seus próprios objetivos para reduzir as emissões de gases com efeito de estufa que provocam a crise climática.
O Acordo enunciou a meta de impedir um agravamento da subida já verificada na temperatura média mundial em mais entre 0,5 e 1 grau Celsius.
Mas os compromissos avançados pelos participantes em 2015 são insuficientes para impedir aqueles níveis de aquecimento.
O aquecimento global, provocado pela queima de carvão, petróleo e gás, já causou o aumento da temperatura média global em um grau centígrado desde o final do século XIX.
Entre os seus resultados estão a fusão dos gelos, eventos extremos e a acidificação dos oceanos. E os cientistas asseguram que, dependendo da quantidade de dióxido de carbono emitido, a situação só vai piorar até ao final do século, com a temperatura a aumentar vários graus e o nível médio do mar em pelo menos um metro.