
Luta ao plástico
E o plástico tornou-se indesejável. Imagens de verdadeiras ilhas de plástico, no meio do oceano, despertaram consciências para a urgência de alterar hábitos de consumo e diminuir o recurso ao plástico, em particular o descartável.
O plástico está em todo o lado. Mais de 300 milhões de toneladas são produzidas anualmente. A maioria nunca é reciclada e continua na terra e no oceano para sempre.
Governos, incluindo o cabo-verdiano, introduziram medidas para restringir o uso de sacos de plástico. As palhinhas descartáveis estão a ser substituídas por alternativas reutilizáveis. Em supermercados, as ‘bolsinhas’ transparentes dão lugar a soluções mais eco-friendly.
O consumidor tem um papel a cumprir, ao exigir outra atitude por parte das grandes corporações. Um relatório recente da Break Free From Plastic, identificou os 10 maiores poluidores do mundo, no que diz respeito ao plástico. A Coca Cola lidera o ranking, seguida da Nestlé e PepsiCo. Seguem-se Mondelez International, Unilever, Mars, P&G, Colgate-Palmolive, Phillip Morris e Perfetti Van Mille.
Renováveis & Carros Eléctricos
Parte da mesma consciência ambiental que motiva a luta contra o plástico, o recurso a energias renováveis e à mobilidade eléctrica surge da necessidade de encontrar alternativas aos combustíveis fósseis, optando por formas mais ‘limpas’ de produção de energia e mobilidade.
Não só as companhias eléctricas estão cada vez mais interessadas em explorar o filão das renováveis, como é cada vez mais barato e fácil, ao pequeno consumidor, transformar a sua casa numa micro central de produção de electricidade – havendo até a possibilidade de injectar na rede pública o excedente.
Do lado da mobilidade, o mercado internacional está em plena transformação, com cada vez mais opções de carros, motas e autocarros movidos a electricidade, a preços progressivamente mais baixos.
Contudo, a descarbonização do planeta – que, apesar dos sinais positivos, continua a ser tímida – parece estar a criar um novo tipo de dependência: o lítio.

Género: igualdade e novas abordagens
A igualdade e equidade de género motivaram acesos debates ao longo dos últimos dez anos. Impulsionada pelo movimento #metoo, a discussão fez-se em múltiplas frente, do assédio no local de trabalho às desigualdades que persistem em várias esferas, como o mercado de trabalho.
De acordo com o Fórum Económico Mundial, a igualdade global de género no mundo do trabalho vai demorar cerca de um século a ser atingida. A situação melhorou, mas os progressos são lentos.
Noutra perspectiva, o género foi tema de discussão na sua dimensão de identidade. A identidade de género coloca o foco no indivíduo e no género (diferente de sexo) com o qual este se identifica, para lá de convenções sociais.

Streaming
Os serviços de streaming ganharam fãs em todo o mundo e isso mudou para sempre a forma como nos relacionamos com os conteúdos. A opção de ver e ouvir o que queremos, quando queremos tornou-se parte essencial dos nossos dias, levando a um enfraquecimento do papel dos canais de distribuição tradicionais, em particular a televisão.
O streaming beneficia – e precisa – de uma Internet cada vez mais rápida e estável. Serviços globais, como YouTube ou Netflix (ambos disponíveis em Cabo Verde) conquistaram milhões de usuários ao longo da última década. Na música, o Spotify redefiniu a relação dos consumidores com a indústria da especialidade.
Para quem produz conteúdos, o streaming também abriu portas a uma distribuição mais fácil, longe das necessidades logísticas de outrora.

Smartphones & Redes sociais
Os primeiros smartphones remontam à primeira década do século, quando Steve Jobs revelou o iPhone (2007), mas foi ao longo dos últimos dez anos que os aparelhos se tornaram um objectivo comum no bolso de uma grande parte da população mundial.
A chegada ao mercado de novos produtores chineses, apostados em produzir aparelhos low cost, ajudou a universalizar os dispositivos, que se tornaram, mais do que um objecto de consumo, verdadeiros veículos de acesso, produção e partilha de conteúdos, da informação ao entretenimento.
Pensar em smartphones obriga-nos a pensar em redes sociais. Passámos a partilhar a nossa vida, a fazê-lo a cada instante (e até em directo). O nosso telemóvel e a nossa conta numa rede social (ou em várias), deram-nos uma voz e um palco. Nasceram os influenciadores digitais.
Nem sempre lidámos da melhor forma com as possibilidades oferecidas pelo desenvolvimento tecnológico. O tempo mostrou que não estávamos preparados para lidar com os gigantescos fluxos comunicacionais com que passámos a ser confrontados diariamente.

Veganismo
O veganismo tornou-se uma das ideias mais fortes dos últimos anos. Mais do que não comer proteína de origem animal, os veganos procurar acabar com todas as formas de exploração contra animais.
A dieta é feita à base de vegetais, livre de todos os alimentos de origem animal, como carne, ovos ou leite.
A The Vegan Society já existe há mais de sete décadas, mas só recentemente é que a filosofia de vida se popularizou.
Outras dietas também entraram no nosso quotidiano. Com uma aposta forte nas proteínas, frutas, sementes e a quase abolição dos hidratos de carbono e lacticínios, a dieta Paleo também conquistou adeptos.