Neste 7 de Setembro, começa a Semana Global de Acção contra as Doenças Crónicas.
Em entrevista aos jornalistas em Genebra, Tedros Ghebreyesus, afirmou que “a pandemia mostrou a urgência de abordar estas doenças e seus factores de risco.”
As chances de desenvolver uma forma grave de COVID-19 são sete vezes maiores em pacientes com obesidade. Os fumadores têm uma vez e meia mais probabilidade de apresentar complicações graves.
Já as pessoas com diabetes têm de duas a quatro vezes mais probabilidade de sintomas graves ou de morrer.
Todos os anos, as quatro doenças crónicas mais comuns (cardiovasculares, cancro, diabetes e doenças respiratórias) causam mais de 40 milhões de mortes.
Desde o início da pandemia, os tratamentos foram afectados. O estudo mais recente mostra uma interrupção nos serviços de saúde em 69% dos casos.
Sobre a recuperação pós-pandemia, o director-geral disse que “com a combinação certa de medidas direccionadas e personalizadas, outros encerramentos nacionais podem ser evitados” durante a pandemia de COVID-19.
Para Tedros, “eles são um instrumento contundente que têm causado graves perdas em muitos países.”
“Vários países estão usando uma abordagem baseada em dados para reabrir suas economias e sociedades durante a crise de saúde”
O chefe da OMS afirmou que várias nações estão a usar uma abordagem baseada em dados para reabrir suas economias e sociedades durante a crise de saúde.
A reabertura de sociedades, economias e fronteiras também foi o tema de um encontro dos ministros das Relações Exteriores dos países do G-20 na quinta-feira.
Na reunião, Tedros destacou quatro prioridades: evitar eventos amplificadores, capacitar a população, focar nos fundamentos da saúde pública e proteger os vulneráveis, incluindo idosos.
No início desta semana, a OMS emitiu novas orientações recomendando o uso de corticosteroides em pacientes com formas graves de COVID-19.
Evidências analisadas pela agência mostram que estes medicamentos podem salvar a vida de pacientes que estão a receber oxigénio ou ligados a ventiladores.
Por outro lado, não ajudam pacientes com formas leves ou moderadas da doença, podendo mesmo ser prejudiciais.
Tedros falou ainda sobre o acesso a imunização contra o vírus, dizendo que nos “próximos meses todos esperam ter boas notícias sobre uma vacina.”
Ele afirmou que, quando existir uma vacina eficaz, ela deve ser usada com eficácia.
Com o tempo, todas as pessoas devem ter acesso, mas, inicialmente, quando a oferta é limitada, a prioridade deve ser a vacinação de trabalhadores essenciais e outros em maior risco.
Para o chefe da agência, “a prioridade deve ser vacinar algumas pessoas em todos os países, ao invés de todas as pessoas em alguns países.”
Tedros disse que, além de ser uma obrigação moral e de saúde pública, esta escolha também faz sentido económico. Para ele, a proposta Covax da OMS, sobre um consórcio de vacinas, é a melhor forma de tornar isso uma realidade.
Segundo o director-geral, “em um mundo interconectado, se as pessoas em países de rendas baixa e média não receberem vacinas, o vírus continuará a matar e a recuperação económica global será atrasada.”