A polícia da ONU “voltou” para assegurar a clínica em Panzi, perto de Bukavu, no leste da República Democrática do Congo (RDC), disse à agência AFP a responsável pela comunicação do famoso ginecologista.
Segundo Maud-Salomé Ekila, estes polícias da ONU tinham-se retirado “em Maio”.
“Os agentes da polícia indicados para a segurança da clínica de Panzi tiveram de ser retirados devido à pandemia de covid-19”, confirmou à agência AFP um porta-voz da missão da ONU na RDC (Monusco).
Denis Mukwege, diretor da clínica Panzi, que trata mulheres vítimas de violência sexual no Kivu do Sul, à margem da violência e do conflito armado na região, vive aí desde que escapou a um ataque à sua casa, em 2012.
A 31 de Julho, partilhou na rede social Twitter que tinha recebido ameaças contra ele e os seus familiares, depois de ter denunciado um massacre de civis na província natal de Kivu do Sul, alguns dias antes, a 26 de Julho.
“Havia proteção zero até hoje, quando eles [agentes da ONU] chegaram às 10h00”, disse o seu porta-voz.
“Continuámos a trabalhar em estreita colaboração com Mukwege e as autoridades congolesas”, referiu o porta-voz do secretário-geral da ONU, António Guterres, na terça-feira à noite.
Segundo Stéphane Dujarric, “a segurança pessoal das autoridades congolesas é da responsabilidade das autoridades nacionais, mas a missão de paz está a prestar todo o apoio possível dentro dos seus meios limitados”.
Uma das missões da Monusco é a de formar a polícia congolesa.