“Não apoiarei a nomeação de um juiz para o Supremo Tribunal tão perto das eleições”, vincou a senadora eleita pelo Alasca, em comunicado enviado à agência France-Presse (AFP).
Lisa Murkowski considerou que “infelizmente” a nomeação de um novo juiz para o Supremo, um cenário “que era apenas hipotético”, tornou-se “realidade” com a morte da magistrada Ruth Bader Ginsburg, anunciada na sexta-feira.
“Mas a minha posição não mudou”, sustentou a republicana.
Lisa Murkowski é a segunda voz dentro da fação republicana do Senado contra esta intenção, depois de Susan Collins ter dito que também se opõe a uma votação antes das presidenciais.
Contudo, o líder da maioria republicana na câmara alta do Congresso norte-americano, Mitch McConnell, disse na sexta-feira que pretendia organizar a votação, embora tenha recusado, em 2016, ouvir um juiz escolhido pelo então Presidente, o democrata Barack Obama, alegando que as presidenciais, marcadas para esse ano e das quais Trump saiu vencedor, estavam apenas a oito meses.
A nomeação de um novo juiz para o Supremo Tribunal dos Estados Unidos da América (EUA) é uma das intenções do chefe de Estado, o republicano Trump, que procura a reeleição e a nomeação de um novo magistrado o mais rápido possível para, deste modo, ancorar esta instância ao conservadorismo.
A escolha de Trump tem de ser aprovada pelo Senado norte-americano, cuja maioria pertence aos republicanos com 53 dos 100 elementos desta câmara.
Na nota enviada à AFP Murkowski lembra que há quatro anos apoiou essa decisão: “Hoje estamos ainda mais perto da eleição, menos de dois meses, e acho que a mesma regra deve ser aplicada.”
A senadora, uma das poucas vozes republicanas a apoiar o direito das mulheres ao aborto, já se tinha abstido em 2018 durante o voto de confirmação do juiz Brett Kavanaugh, escolhido por Trump para integrar o Supremo Tribunal Federal dos EUA.