De acordo com os dados da organização não-governamental com sede em França, cinco países destacam-se pela pressão e pelo número de prisões de jornalistas pelo exercício da função de informar.
Na República Popular da China foram presos 117 jornalistas (com título profissional ou não), no Egipto foram detidos 30, na Arábia Saudita 34, no Vietname 28 e na Síria 28.
"O número de jornalistas detidos em todo o mundo continua a manter elevados níveis históricos", denuncia a organização Repórteres Sem Fronteiras (RSF).
"As mulheres, em número cada vez mais alto na profissão, não são poupadas", refere o secretário-geral da RSF, Christophe Deloire, em comunicado.
De acordo com o relatório, 42 jornalistas "estão actualmente privadas de liberdade", quatro das quais na Bielorrússia, país marcado pelas pressões políticas do regime de Alexandre Lukashenko.
Em 2019, 31 mulheres foram presas durante o exercício da profissão.
Destaca-se também o número de prisões de jornalistas por causa de notícias ou investigações ligadas à actual crise pandémica.
Neste caso 14 jornalistas continuam "atrás das grades", sete dos quais na República Popular da China.
A organização lançou no passado mês de Março o "Observatório 19", dedicado a casos de perseguição, detenção e pressão contra jornalistas devido a notícias sobre o SARS CoV-2.
O estudo refere em concreto "mais de 300 incidentes directamente ligados à cobertura jornalística da crise sanitária" entre Fevereiro e o fim de Novembro e que afectou directamente 450 profissionais.
"As interpelações e prisões arbitrárias" que representam "35% dos abusos relatados " (violência física e moral), "multiplicam-se por quatro entre Março e Maio", indica o documento da RSF.
As leis de excepção ou as medidas de urgência adoptadas na maior parte dos países para contenção da pandemia "contribuíram" para "confinar a informação", alerta o relatório.
Por outro lado, "pelo menos 54 jornalistas estão actualmente sequestrados" na Síria, no Iémen e no Iraque, um número que baixou 5% em relação ao ano passado.
De acordo com a organização não-governamental, quatro jornalistas desapareceram em 2020, ao contrário de 2019 em que não ocorreu nenhum desaparecimento.
Os quatro profissionais desaparecidos foram identificados pela RSF e são originários do Médio Oriente, África e América Latina.