O director regional da OMS para a região europeia, Hans Kluge afirmou em conferência de imprensa virtual que "uma em cada dez das pessoas que sofreram de covid-19 continuam afectadas durante 12 semanas e muitas mais durante um período mais prolongado".
"Não temos todas as respostas e não sabemos ainda que percentagem dos doentes sofre de efeitos a longo prazo ["covid prolongada"] mas estamos a aprender depressa", afirmou, defendendo que deve ser "uma prioridade clara", quer para a OMS quer para os sistemas de saúde.
Fadiga e dificuldades respiratórias são alguns dos "sintomas debilitantes" que se tornam crónicos em pacientes que tiveram a doença e não apenas em casos de pessoas que tiveram que ser internadas.
No princípio da pandemia, algumas destas pessoas que se queixaram de sintomas persistentes "foram recebidas com descrença e incompreensão", lamentou Hans Kluge, frisando que "precisam de ser ouvidas se se quiser entender as consequências a longo prazo na recuperação".
"É preciso garantir que as pessoas com complicações persistentes tenham acesso a cuidados continuados", salientou, indicando que "é aqui que os cuidados de saúde primários podem desempenhar um papel particularmente forte".
A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.486.116 mortos no mundo, resultantes de mais de 112 milhões de casos de infecção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.