A OMC anunciou no passado dia 15 de Fevereiro a nomeação de Ngozi Okonjo-Iweala para directora-geral da organização, uma escolha feita por consenso.
"A Dra. Okonjo-Iweala vai tornar-se a primeira mulher e a primeira africana na liderança da OMC. Vai assumir funções no dia 01 de Março e o seu mandato, que pode ser renovado, expira em 31 de Agosto de 2025", referia a mensagem da organização de supervisão do comércio mundial.
Após a nomeação, Okonjo-Iweala, de 66 anos, divulgou um comunicado a defender um relançamento da OMC para a tornar uma instituição "forte" e apoiar a recuperação da economia mundial após a pandemia de covid-19.
"Uma OMC forte é essencial se quisermos recuperar completa e rapidamente dos estragos causados pela pandemia de covid-19. [...] A nossa organização enfrenta muitos desafios, mas se trabalharmos em conjunto, podemos tornar a OMC mais forte, mais ágil e mais adaptada às realidades actuais", declarou Okonjo-Iweala no comunicado.
Dias depois, em declarações à AFP, a nigeriana apontou como objetivos imediatos melhorar o acesso dos países pobres às vacinas contra a covid-19 e resistir às tendências protecionistas para que o comércio livre possa contribuir para a recuperação económica.
A escolha da nigeriana para liderar a OMC - uma instituição que tem estado quase paralisada - já era esperada após a retirada da candidatura da ministra do Comércio sul-coreana, Yoo Myung-hee, a única que ainda disputava o cargo com Okonjo-Iweala.
Yoo Myung-hee desistiu depois de consultar os Estados Unidos, que eram o seu principal apoio durante a presidência de Donald Trump.
Após vários meses de impasse, a nova administração norte-americana liderada por Joe Biden preferiu levantar os obstáculos à nomeação de Ngozi Okonjo-Iweala.
O processo de escolha do sucessor do brasileiro Roberto Azevedo, que deixou o cargo um ano antes do fim do mandato, estava num impasse desde o outono passado.
Ngozi Okonjo-Iweala foi por duas vezes ministra das Finanças da Nigéria e chefiou a diplomacia do país durante dois meses. Começou a sua carreira em 1982 no Banco Mundial, onde trabalhou durante 25 anos.
A nova líder da OMC nasceu em 1954 na Nigéria, mas passou grande parte da sua vida nos Estados Unidos, onde estudou em duas prestigiadas universidades, o Massachusetts Institute of Technology (MIT) e Harvard.