"A viagem do Papa ao Iraque foi muito positiva e muito importante", disse o porta-voz dos Negócios Estrangeiros iraniano, Said Khatibazadeh, durante uma conferência de imprensa em Teerão.
"O Iraque tornou-se um país seguro onde uma viagem boa e construtiva se pôde realizar", acrescentou o mesmo responsável.
Trata-se da primeira reacção oficial de Teerão à visita do Chefe de Estado do Vaticano ao Iraque, país destruído pela guerra e atingido pela pandemia de covid-19.
O Papa abandonou hoje o Iraque depois de uma visita de três dias marcada pelo encontro com o 'ayatollah' Ali Sistani, referência religiosa para os muçulmanos xiitas.
A reunião mostrou diálogo inter-religioso e o reaproximar das religiões, disse o porta-voz iraniano.
"Não há outra mensagem a não ser o diálogo, a paz e a amizade entre as religiões e a cooperação entre as civilizações", disse Said Khatibazadeh.
No quadro da escola teológica dos xiitas iraquianos, o 'ayatollah' Ali Sistani, de nacionalidade iraniana, opõe-se à teoria "vélayat-éfaqih" (governo e Estado sob jurisdição islâmica) aprofundada pelo 'ayatollah' Khomeiny e que é central no sistema da República Islâmica do Irão.
Teerão intervém no Iraque através de milícias ou de grupos paramilitares xiitas locais pró-iranianos que lutam contra o grupo Estado Islâmico.
O Papa Francisco percorreu 1.445 quilómetros em território iraquiano, a maior parte do tempo de avião ou de helicóptero sobrevoando zonas onde se encontram células clandestinas de grupos de extremistas islâmicos.
Quando se dirigiu ao país, o chefe da Igreja Católica, disse que o "terrorismo abusa da religião", apelou à paz e à unidade no Médio Oriente e lamentou a saída de cristãos da zona, obrigados a procurar refúgio noutros países.
O Papa Francisco participou numa cerimónia ecuménica, com diversas confissões religiosos do Iraque.
A missa decorreu em Ur.