De acordo com uma auditoria pedida pelo BM, vários altos funcionários do banco e Georgieva, que dirige o FMI desde 2019, fizeram lobby junto do Banco Mundial de maneira “indevida” para melhorar a classificação da China no relatório periódico “Doing Business”.
Por isso, o Grupo Banco Mundial decidiu hoje encerrar a publicação daquele documento, um dos seus relatórios de referência, sobre as condições de investimento por país.
A instituição com sede em Washington explicou que tomou essa decisão depois de relatórios de auditoria interna levantarem “questões éticas, incluindo a conduta de ex-funcionários da direcção, bem como de funcionários actuais ou ex-funcionários do Banco”.
O relatório do escritório de advocacia Wilmer Hale citou “pressão directa e indirecta” de funcionários seniores no gabinete do então presidente do Banco Mundial, Jim Yong Kim, para mudar a metodologia do relatório para melhorar a pontuação da China, concluindo que tal provavelmente aconteceu sob sua direcção.
Na auditoria, também foi descoberto que Georgieva supostamente pressionou a equipa a “fazer mudanças específicas” nos dados da China e melhorar as suas classificações num momento em que o banco procurava o apoio da China para aumentar o seu capital.
A posição da China no relatório de 2018, divulgado em Outubro de 2017, deveria ter sido sete posições abaixo, 85 em vez de 78, disse o Banco Mundial numa revisão publicada em Dezembro.
“As mudanças nos dados chineses no Doing Business 2018 parecem ser o produto de dois tipos diferentes de pressão aplicada pela liderança do banco sobre a equipe de Doing Business”, diz o Banco Mundial no relatório de hoje.
Pouco depois de este relatório ser publicado, Georgieva rejeitou tais alegações, num comunicado no qual afirma discordar das conclusões e interpretações da investigação independente.
“Já tive uma reunião inicial com o conselho executivo do FMI sobre esse assunto”, disse economista búlgara, directora executiva do Banco Mundial de Janeiro de 2017 a Outubro de 2019, suceder a Christine Lagarde na liderança do FMI.