Isto, apesar da tensão entre os dois lados congregados naquele órgão, ter aumentado após a recente tentativa de golpe de Estado, falhada, no país.
"Respeitamos os artigos do documento constitucional acordado pelos parceiros de transição, que articulam a actual parceria entre militares e civis", disse, em comunicado, Abdel Fattah al-Burhan, o comandante-geral do exército, em mensagens enviadas ao secretário-geral da ONU, António Guterres e ao Conselho Soberano de Transição.
Nestas mensagens, Abdel Fattah al-Burhan reiterou o "compromisso total de patrocinar e proteger a transição pacífica da autoridade no Sudão até atingir o objectivo desejado da realização de eleições livres e justas", provisoriamente agendadas para Janeiro de 2024, salienta-se no comunicado.
O processo de transição, que teve início no Sudão após o derrube do ditador Omar al-Bashir, em 2019, após meses de protestos populares nas ruas, é liderado por uma coligação de organizações militares e civis, que partilham o poder no Conselho Soberano de Transição, presidido por Abdel Fattah al-Burhan.
No entanto, as tensões entre as duas facções do mais alto órgão de poder do Sudão aumentaram após a tentativa de golpe de Estado, falhada, de 21 de Setembro, atribuído aos apoiantes do antigo regime dentro e fora das Forças Armadas.
Após a tentativa de golpe de Estado, o primeiro-ministro sudanês, Abdallah Hamdok, um civil, disse que esta tensão evidencia a necessidade de "reformar os órgãos militares e de segurança", uma posição contestada pelos líderes militares, que acusaram os políticos de estarem mais preocupados com a obtenção de cargos do que com as necessidades da população.