"Percebemos nos últimos dias que pode ter havido um progresso modesto nas últimas negociações", disse aos jornalistas um porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, um dia após o recomeço das negociações, em Viena, para tentar salvar o acordo nuclear de 2015 com o Irão.
"Mas é necessário que as partes procurem construir sobre este progresso com espírito construtivo e convicção", prosseguiu Price, estimando que é "muito cedo para dizer se esse progresso teve alguma substância".
Esse progresso acontece de forma "demasiado lenta" e "em breve será demasiado tarde para voltar ao acordo nuclear", concluiu o porta-voz.
Os negociadores dos três países europeus signatários do acordo, França, Alemanha, Reino Unido, também sublinharam que esta negociação é "urgente".
"Estamos a aproximar-nos de um ponto em que a escalada nuclear iraniana terá esvaziado o acordo da sua substância", admitiram, reiterando que restam "semanas e não meses para concluir um acordo".
Os europeus insistiram particularmente que o nível de enriquecimento de urânio pelo Irão está perigosamente perto do limite nuclear, apesar de Teerão ter afirmado no sábado que não pretende enriquecer além de 60% no caso de fracasso das negociações em Viena.
Em jogo, nas negociações, está o regresso dos EUA ao pacto, que abandonou em 2018, e trazer Teerão de volta ao respeito pelos seus compromissos, quebrados como reação ao restabelecimento das sanções norte-americanas.
O Irão anunciou em Abril que começou a produzir urânio enriquecido a 60%, ou seja, bem além do limite de 3,67% estabelecido pelo acordo internacional, aproximando-se dos 90% necessários para o fabrico da bomba atómica, apesar de negar tal projeto.
Para além dos três países europeus, também a China e a Rússia estão envolvidos na negociação com o Irão, enquanto os EUA participam indiretamente, uma vez que Teerão recusa negociar diretamente com Washington.