"Questões importantes e significativas sobre o levantamento das sanções não resultaram num entendimento até agora", disse aos jornalistas o porta-voz do ministério, Said Khatibzadeh, quando as negociações em curso para salvar o acordo nuclear estão em suspenso desde sexta-feira.
Além disso, "no que diz respeito às garantias (...), há que fazer progressos para que sejam aceitáveis para o Irão e, assim, encerrar este processo", acrescentou.
Relatou contudo "progressos muito significativos nas questões do levantamento de sanções, compromissos nucleares, verificação e obtenção de salvaguardas", detalhando que foram trocados "textos escritos não oficiais entre o Irão e os Estados Unidos através do coordenador europeu" e usados nas discussões.
"Podemos chegar a um acordo duradouro, fiável e bom no dia seguinte ao regresso dos negociadores a Viena", se as outras partes tiverem tomado as decisões políticas "certas", disse Khatibzadeh.
As negociações para tentar salvar o acordo nuclear estão em suspenso desde sexta-feira, com os negociadores chefes em consultas nas capitais dos respetivos países, devendo regressar a Viena esta semana para retomar as conversações.
Após cinco meses de interrupção, as conversações recomeçaram no final de novembro entre o Irão e os países ainda parte no acordo concluído em 2015 (França, Reino Unido, Alemanha, Rússia, China).
Pretendem reintegrar os Estados Unidos, que, sob a liderança do ex-Presidente Donald Trump, se retiraram unilateralmente do do pacto em 2018 e restabeleceram as sanções económicas a Teerão.
As conversações visam também fazer com que o Irão volte a cumprir os seus compromissos, uma vez que Teerão se libertou gradualmente das restrições impostas pelo acordo sobre as suas actividades nucleares, em resposta às medidas norte-americanas.
O acordo de 2015 ofereceu ao Irão um alívio das sanções internacionais em troca de limitar drasticamente o seu programa nuclear, sob rigoroso controlo da ONU, e garantias de que não está a tentar desenvolver armas nucleares, como sempre afirmou.
A chegada à Casa Branca de Joe Biden ajudou a reavivar as discussões, com os norte-americanos a participarem indiretamente, mas sem nunca terem reunido com os iranianos até agora. A União Europeia e os outros participantes atuam como mediadores.