"Posso confirmar que recebemos a resposta dos Estados Unidos e a transmitimos ao Irão", confirmou à Europa Press a porta-voz dos Negócios Estrangeiros da União Europeia (UE), Nabila Massrali.
O texto final apresentado às partes pelo alto representante da UE para os Negócios Estrangeiros é o mais recente movimento para tentar alcançar um novo acordo.
As negociações nucleares iranianas, iniciadas há 16 meses, mas que haviam sido suspensas e retomadas no início de Agosto, visam salvar o acordo internacional concluído em 2015 com o regime de Teerão pelos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU (China, Estados Unidos, França, Reino Unido e Rússia) mais a Alemanha, da qual Washington se retirou em 2018 sob a presidência de Donald Trump.
O governo dos Estados Unidos anunciou hoje que respondeu à última proposta do Irão para retomar o acordo, no entanto, o porta-voz do Departamento de Estado, Ned Price, não detalhou qual foi a resposta em concreto.
Também o Ministério dos Negócios Estrangeiros do Irão confirmou hoje que recebeu uma resposta dos Estados Unidos sobre os "ajustes" exigidos por Teerão.
Espera-se agora que decorra uma nova troca de detalhes técnicos, seguida de uma reunião da comissão conjunta que supervisiona o acordo.
Na segunda-feira, o Irão criticou os norte-americanos pelo "atraso" em dar o seu parecer sobre as propostas iranianas face ao "texto final" apresentado recentemente pela UE.
Já esta quarta-feira, os EUA disseram que o Irão fez cedências em pontos-chave.
De acordo com um alto funcionário norte-americano, Teerão abandonou a sua intenção de bloquear algumas inspecções da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA), um assunto altamente sensível de ambos os lados, sem, no entanto, especificar quais.
As inspecções internacionais "vão permanecer em vigor por um período indefinido", se forem acordadas, acrescentou.
Os iranianos exigiram que a AIEA cesse a sua investigação de locais não declarados no Irão, onde foram encontrados vestígios de urânio enriquecido.
O Irão já havia abandonado outro requisito, relacionado com o levantamento da designação da Guarda Revolucionária, o exército ideológico da República Islâmica, como organização terrorista.
Essa exigência, à qual Teerão vinculava qualquer acordo há meses, foi categoricamente recusada pelos Estados Unidos.
Biden não esconde que pretende regressar ao acordo nuclear, tendo oferecido um alívio das sanções ao Irão se Teerão colocar restrições ao seu programa de enriquecimento de urânio.