Sensação de insegurança atormenta seis em cada sete pessoas no mundo, indica novo relatório do PNUD

PorExpresso das Ilhas, Inforpress,9 fev 2022 7:37

O Relatório do PNUD sobre a segurança humana 2021 divulgado hoje indica que seis em cada sete pessoas em todo o mundo vivem atormentadas por sentimentos de insegurança.

O Relatório do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) sobre segurança humana, pelos dados e análises, mostra ainda uma crescente sensação de insegurança entre as pessoas, apesar de anos de crescimento do desenvolvimento, e pede maior solidariedade e reorientação dos esforços de desenvolvimento.

Segundo o documento, o progresso do desenvolvimento global não tem levado a uma maior sensação de segurança, uma vez que os que se beneficiam de bons resultados em saúde, riqueza e educação estão reportando nível de ansiedade mais alto do que há 10 anos.

Ainda segundo dados do relatório em 2021, apesar do maior PIB global da história, a expectativa de vida global diminuiu pelo segundo ano consecutivo, caindo cerca de um ano e meio em média em comparação com o mundo pré-covid.

O relatório Novas Ameaças à Segurança Humana no Antropoceno, mostra que a sensação de segurança e proteção das pessoas está baixa em quase todos os países, incluindo os países mais ricos, não obstante anos de sucesso no desenvolvimento ascendente.

Para enfrentar essa desconexão, o relatório pede mais solidariedade além-fronteiras e uma nova abordagem ao desenvolvimento, que permita que as pessoas vivam livres de privação, medo, ansiedade e indignidade.

Segundo o administrador mundial do PNUD, Achim Steiner, em busca por crescimento econômico desmedido, as pessoas continuam a destruir o mundo natural, enquanto as desigualdades aumentam, tanto dentro dos países quanto entre países.

Neste âmbito, afirma que é a hora de se reconhecer os sinais de sociedades que estão sob imenso estresse e redefinir o que realmente significa progresso, e assegura que a hora de agir é agora.

“Precisamos de um modelo de desenvolvimento sob medida, construído em torno da proteção e restauração do nosso planeta, com novas oportunidades sustentáveis para todas e todos”, disse, alertando que a expectativa de vida global, no momento do nascimento, está a cair pelo segundo ano por causa da Covid-19, e as medidas gerais de desenvolvimento humano também.

O relatório divulgado pela PNUD alerta ainda que as mudanças climáticas provavelmente se tornarão numa das principais causas de morte em todo o mundo, e que mesmo com uma mitigação moderada das emissões de CO2, cerca de 40 milhões de pessoas podem morrer por causa das mudanças de temperaturas antes do final do século.

O relatório, segundo PNUD, examinou um conjunto de ameaças que se tornaram mais proeminentes nos últimos anos, incluindo as de tecnologias digitais, desigualdades, conflitos e a capacidade dos sistemas de saúde de enfrentar novos desafios, como a pandemia de Covid-19.

Enfrentar essas ameaças, argumentam os autores do relatório, exigirá que os formuladores de políticas considerem proteção, empoderamento e solidariedade lado a lado, para que a segurança humana, as considerações planetárias e o desenvolvimento humano funcionem juntos e não apartados uns dos outros.

O relatório traz também à tona outros dados sobre as desigualdades relacionadas ao clima, conflitos e sistema de saúde.

O estudo mostra que cerca de 1,2 bilhão de pessoas vivem em áreas afectadas por conflitos, com quase metade delas (560 milhões) em países geralmente não considerados frágeis, frisando ainda que as ideias tradicionais sobre quais países são mais vulneráveis a conflitos precisam ser revisitadas.

Outro dado do relatório refere-se a grandes e crescentes lacunas existentes nos sistemas de saúde entre os países. De acordo com o novo Índice de Universalismo em Saúde do relatório, entre 1995 e 2017, a desigualdade no desempenho da saúde entre países com desenvolvimento humano baixo e muito alto se agravou.

O relatório mostra que o conceito de segurança humana, introduzido pela primeira vez no Relatório de Desenvolvimento Humano de 1994, sinalizou um afastamento radical da ideia de que a segurança das pessoas deve ser avaliada apenas olhando para a segurança territorial, ao se enfatizar a importância das necessidades básicas das pessoas, sua dignidade e sua segurança para viver vidas seguras.

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Autoria:Expresso das Ilhas, Inforpress,9 fev 2022 7:37

Editado porSara Almeida  em  9 fev 2022 18:35

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