Dominik Stillhart, director de operações do Comité Internacional da Cruz Vermelha (CICV), disse à BBC que, no que respeita aos corredores humanitários, "o problema ou o desafio é trazer ambas as partes para um acordo concreto, exequível e preciso".
"Temos falado com eles dia após dia para os levar a um acordo que seja suficientemente preciso para que possa depois ser implementado", explicou, sublinhando que os problemas persistem, por exemplo, nas rotas.
Citando uma equipa do CICV em Mariupol, explicou que "estavam prontos ontem [domingo], apesar de o acordo não ser inteiramente claro".
"Mas assim que chegaram ao primeiro posto de controlo, perceberam que a estrada que lhes tinha sido indicada estava na verdade minada", revelou.
"É por isso que é tão importante que ambas as partes tenham um acordo claro para que possamos executar no terreno", acrescentou.
Os militares russos anunciaram a abertura, na segunda-feira, de vários corredores humanitários e o estabelecimento de cessar-fogos localizados para retirar os civis das cidades ucranianas de Kharkhiv, Kiev, Mariupol e Sumy, que são assoladas por intensos combates.
Moscovo diz ter passado esta informação às estruturas das Nações Unidas, da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) e do Comité Internacional da Cruz Vermelha.
A Rússia lançou na madrugada de 24 de Fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que, segundo as autoridades de Kiev, já fez mais de 2.000 mortos entre a população civil.
Os ataques provocaram também a fuga de mais de 1,5 milhões de pessoas para os países vizinhos, de acordo com a ONU.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas a Moscovo.