O dirigente, membro da comissão organizadora do congresso que deveria decorrer entre sábado e segunda-feira, na presença de 1.400 delegados, observou que o partido “até queria antecipar” a abertura do congresso para sexta-feira à noite.
“Com o que foi feito pela polícia na sede, não existem as condições objectivas para iniciar o congresso, pelo menos na nossa sede. O partido vai analisar o que fazer e em tempo oportuno comunicará aos militantes qual a solução”, disse a fonte, que pediu para não ser identificada.
Questionado sobre se o presidente do partido, Domingos Simões Pereira, ainda se encontrava dentro da sede, a fonte precisou que aquele já saiu do imóvel, onde ficou durante largos minutos após os disparos de granadas de gás lacrimogéneo pela polícia, disse.
“O camarada presidente do partido saiu pelos seus pés e foi para a sua residência, sem ser incomodado por ninguém. Foi acompanhado por alguns camaradas”, observou a mesma fonte.
A Lusa constatou que todos os acessos à sede do PAIGC, situada na praça Heróis Nacionais, a escassos metros do Palácio da Presidência guineense, encontram-se cortados ao transito de automóveis e de peões.
Agentes da polícia estão a orientar as viaturas e pessoas a seguirem para outras vias.
A fonte da comissão organizadora do 10.º congresso do PAIGC disse ainda que não tem a certeza, mas admitiu que elementos da Polícia de Intervenção Rápida poderiam estar na sede do partido de onde expulsaram os militantes que aí se encontravam na reunião do Comité Central.
Órgão máximo entre os congressos, o Comité Central do PAIGC conta com 351 membros efectivos e mais 40 suplentes e estava a apreciar os documentos finais que vão ser debatidos no congresso.
O partido viu-se envolvido numa polémica judicial com um militante que pediu ao tribunal a suspensão dos trabalhos que devem levar ao congresso, alegadamente por considerar que teria sido injustamente impedido de ser eleito delegado à reunião magna.
Fonte do Ministério do Interior disse à Lusa que a PIR foi mandada à sede do PAIGC para “fazer cumprir a lei”, na sequência de uma determinação do juiz que está a apreciar o contencioso judicial entre o militante Bolom Conté e o partido.