ONU alerta para degradação da situação de segurança nas fronteiras do Mali

PorExpresso das Ilhas, Lusa,1 abr 2022 8:40

A situação de segurança na chamada região das "três fronteiras" entre o Mali, Níger e Burkina Faso deteriorou-se "consideravelmente" nas últimas semanas devido a ataques 'jihadistas', alertou hoje a missão das Nações Unidas daquele país (Minusma).

Em comunicado, esta missão da ONU especificou que as áreas mais recentemente afectadas por ataques terroristas em território maliano são as regiões orientais de Gao e Ménaka e, em particular, as cidades de Tessit, Talataye e Ansongo.

A Minusma acrescentou que o aumento dos ataques 'jihadistas' teve um "impacto devastador" na população civil e causou dezenas de mortes e um número "significativo" de pessoas deslocadas.

"A missão expressa a sua profunda preocupação com estes eventos e condena veementemente os homicídios e outros actos criminosos cometidos contra a população civil", pode ler-se no comunicado citado pela agência EFE.

A missão da ONU, criada em Abril de 2013, pediu ainda que "sejam feitos todos os possíveis para garantir que os autores destes actos são levados à justiça".

Em resposta a esta situação, a Minusma, que concentra 13.289 militares, 1.920 polícias e 1.619 civis de diferentes nacionalidades, mobilizou nos últimos dias unidades militares para as cidades mais afectadas pela nova onda de violência.

Da mesma forma, mobilizou os seus funcionários para avaliar o impacto da violência nas comunidades afectadas e iniciou uma investigação para verificar os factos relacionados com violações de direitos humanos.

Em 04 de Março, 46 soldados malianos morreram e outros 24 ficaram feridos num ataque executado por um grupo armado não identificado na cidade de Mondoro, a nordeste de Bamako e na fronteira com o Burkina Faso.

Já em meados de Março, mais de 40 civis malianos morreram na sequência de três dias de ataques contra as aldeias na região de Gao, no norte do país, ocorrências que não foram reivindicadas.

Cerca de 600 civis foram mortos no Mali em 2021, em consequência de violência imputada principalmente a grupos extremistas, mas também a milícias e forças armadas de autodefesa, segundo um documento da missão da ONU.

Mergulhado em tumultos desde 2012, o Mali registou um aumento de 16% no número de pessoas mortas na segunda metade de 2021 em comparação com os seis meses anteriores.

O governo do Mali, que enfrenta um processo transitório após dois golpes de estado em menos de um ano, não controla grandes áreas do país e é também flagelado por grupos filiados à organização Estado Islâmico.

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Autoria:Expresso das Ilhas, Lusa,1 abr 2022 8:40

Editado porAndre Amaral  em  1 abr 2022 10:26

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