ONU revela que já morreram quase 400 elementos das suas missões na RDCongo

PorExpresso das Ilhas, Lusa,20 abr 2022 16:11

Quase quatrocentos membros civis e militares da Missão das nações Unidas na República Democrática do Congo (RDCongo) foram mortos no cumprimento do seu mandato de manutenção da paz desde 1999, revelou hoje um porta-voz da missão em Kinshasa.

"Encontramo-nos num ambiente perigoso. Há cerca de 400 funcionários de Monusco [Missão das Nações Unidas na RDCongo] que perderam a vida enquanto serviam aqui”, revelou o porta-voz da Monusco, Mathias Gillmann, citado pela agência France-Presse.

De acordo com o portal das Nações Unidas dedicado às forças de manutenção da paz em todo o mundo, entre 1999 e 2010, 161 elementos da Monusco foram mortos na RDCongo, e entre 2010 e 28 de Fevereiro de 2022, mais 234 elementos da missão morreram no país.

Esta contagem "inclui militares, polícias, assim como civis peritos internacionais, incluindo os que foram assassinados em Kasai" em 2017, especificou Gillmann.

"A Monusco é uma das missões onde mais sangue de ‘capacetes azuis’ foi derramado. Perdemos recentemente um soldado em confrontos com membros do grupo armado Codeco (Cooperativa para o Desenvolvimento do Congo) em Ituri e outros oito perderam a vida num acidente de helicóptero há três semanas", acrescentou o porta-voz.

Estes oito ‘capacetes azuis’ (seis paquistaneses, um russo e um sérvio) morreram em 29 de Março quando o helicóptero em que seguiam em missão de reconhecimento se despenhou numa zona de combates entre o exército congolês e outro grupo rebelde, o M23 ("Movimento 23 de Março").

O resultado da investigação aberta para determinar as causas do incidente ainda não foi revelado.

"Os ‘capacetes azuis’ são por vezes tomados como alvos: os grupos armados atacam-nos directamente, atacam as bases das Nações Unidas diretamente", afirmou o porta-voz, acrescentando que os soldados da ONU estão muitas vezes "em contacto direto" em combate com os grupos armados.

Presente na RDCongo desde 1999, a Monuc (Missão das Nações Unidas na RDCongo), que passou a designar-se Monusco com a alteração da natureza do mandato em 2010, é considerada uma das mais importantes e mais caras missões da ONU em todo o mundo, com um orçamento anual de mil milhões de dólares.

Em 2015, Monusco contava com 19.815 ‘capacetes azuis’. Uma resolução do Conselho de Segurança da ONU em dezembro, reduziu esse número para 14.100 soldados da paz, que têm como missão combater os mais de 100 grupos armados que desestabilizam o leste da RDCongo há quase três décadas.

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Autoria:Expresso das Ilhas, Lusa,20 abr 2022 16:11

Editado porA Redacção  em  2 jan 2023 23:28

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