O antigo chefe de Estado são-tomense (2016-2021) estava internado num hospital em Lisboa e faleceu cerca das 22:00 deste sábado (hora local, menos duas horas em Cabo Verde).
O seu partido, a Ação Democrática Independente (ADI, oposição) saudou hoje a memória do ex-Presidente são-tomense, descrevendo-o como dirigente ponderado, dialogante e defensor intransigente do Estado Direito Democrático.
“Manifestamos todo o nosso reconhecimento àquele que foi um dos mais altos dirigentes do nosso partido o ADI, saudamos a memória de um Presidente da República defensor intransigente do Estado de Direito Democrático, ponderado e dialogante, que soube tudo fazer para preservar a estabilidade política e contribuir assim para o desenvolvimento harmonioso da nossa nação”, lê-se numa nota da ADI enviada à Agência Lusa.
Eleito Presidente de São Tomé e Príncipe em 18 de julho de 2016, Evaristo Carvalho exerceu o mandato até 2 de outubro de 2021, quando foi sucedido por Carlos Vila Nova.
Pai de 25 filhos, Evaristo Carvalho era um histórico da política são-tomense, tendo sido, por duas ocasiões, primeiro-ministro em governos de iniciativa presidencial.
Técnico de agricultura, Evaristo Carvalho começou por ser um quadro do partido único - Movimento para a Libertação de São Tomé e Príncipe - Partido Social Democrata (MLSTP-PSD) - após a independência e até ao início do multipartidarismo, na década de 1990.
Foi chefe de gabinete de Miguel Trovoada quando este foi Presidente da República e aderiu ao Acção Democrática Independente (ADI), partido hoje liderado pelo filho daquele e antigo primeiro-ministro, Patrice Trovoada.
Pouco antes das presidenciais do ano passado, vencidas por Carlos Vila Nova, Evaristo Carvalho justificou que decidiu não se recandidatar por querer passar o testemunho aos mais jovens e disse esperar do seu sucessor “mais dinamismo e iniciativas”.